O Ibovespa fechou agosto com recorde histórico, mostrando força mesmo diante de incertezas políticas e fiscais. O principal índice da Bolsa brasileira valorizou 6,28% no mês, o melhor desempenho mensal desde agosto de 2024, impulsionado por expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve e sinais positivos do cenário eleitoral brasileiro. Com esse resultado, o indicador acumula alta de 17,26% em 2025, reforçando o otimismo entre investidores e analistas do mercado financeiro.

Desempenho histórico do Ibovespa em agosto

Agosto foi um mês de destaque para a B3, com o Ibovespa atingindo máximas intradiária e de fechamento. No último pregão, o índice alcançou 142.379 pontos intradiário e fechou aos 141.422 pontos, renovando recordes históricos. Dos oito meses de 2025, apenas fevereiro (-2,64%) e julho (-4,17%) registraram resultados negativos.

Segundo Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos, “com as recentes pesquisas, o mercado já tem praticamente como certo que Tarcísio Freitas será o principal candidato da direita, e ele é o favorito do mercado. Esses fatores se sobrepõem às incertezas quanto às tarifas dos Estados Unidos”.

Fatores que impulsionaram o mercado em agosto

O desempenho positivo do Ibovespa foi influenciado por uma combinação de fatores nacionais e internacionais:

  1. Expectativa de cortes de juros pelo Fed: Apesar da inflação PCE nos EUA ter ficado acima da meta de 2%, o Banco Central norte-americano sinalizou a possibilidade de redução dos juros nos próximos meses. Essa expectativa contribuiu para o movimento de valorização no mercado global, impactando diretamente o índice brasileiro.
  2. Cenário eleitoral brasileiro: Pesquisas recentes, como a do Instituto Atlas, mostraram vantagem do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), favorecendo a percepção de estabilidade política para investidores.
  3. Otimismo internacional: Recordes nos índices de Nova York reforçaram a confiança dos investidores locais, alinhando o Brasil com o otimismo global.

Eventos internos que poderiam gerar impacto

Mesmo com o cenário positivo, alguns eventos internos exigiram atenção do mercado:

  • Operação Carbono Oculto: Uma ação da Polícia Federal, Receita Estadual e Federal investigou irregularidades no setor de combustíveis. Especialistas avaliam impacto restrito, mas recomendam monitoramento contínuo.
  • Novas regras para fintechs: A partir deste mês, a Receita Federal passará a enquadrar fintechs como instituições financeiras, aumentando a supervisão sobre essas empresas.
  • Déficit do setor público: O Banco Central divulgou que o déficit primário do setor público consolidado em julho foi de R$ 66,566 bilhões, acima da mediana esperada de R$ 63,25 bilhões, gerando preocupações sobre a saúde fiscal do país.

Indicadores econômicos internacionais

O mercado também acompanhou indicadores internacionais relevantes para o desempenho do Ibovespa:

  • Inflação PCE nos EUA: A taxa de preços de gastos com consumo ficou dentro do esperado, mas acima da meta de 2%, o que reforçou a cautela dos investidores.
  • Expectativa de cortes de juros: Mesmo com a inflação elevada, especialistas mantêm a projeção de corte de juros pelo Fed na próxima reunião, marcada para 17 de setembro. A estratégia deve seguir um tom cauteloso, caracterizado como “corte hawish”.

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