O Ibovespa (IBOV) registrou sua 3ª alta consecutiva nesta quarta-feira (16), subindo 0,54%, aos 131.749,72 pontos, um acréscimo de 706,45 pontos. O índice não emplacava três ganhos seguidos desde os pregões de 19 (+1,36%), 20 (+0,23%) e 21 (+0,28%) de agosto, quando encerrou aos 136,4 mil pontos.

Hoje, durante a máxima do dia, alcançou 132 mil pontos (132,2 mil), mas desacelerou posteriormente. O dólar comercial variou ao longo da sessão e fechou em alta de 0,14%, a R$ 5,66. Os DIs (juros futuros) também subiram.

A equipe econômica tem demonstrado que agora busca enfrentar o problema fiscal com foco nas despesas. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou ontem, após o fechamento do mercado, que “chegou a hora de levar a sério a revisão de gastos no Brasil”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em duas falas nesta quarta, destacou o objetivo de garantir “vida longa ao arcabouço fiscal” e informou que o governo está “explorando a possibilidade de reduzir aportes federais para estatais que possam se emancipar do Orçamento federal”.

Entre as medidas discutidas, está a reformulação do Vale-Gás, que deixou de tramitar em regime de urgência no Congresso, em um movimento visto como vitória da equipe econômica. Mesmo com as declarações de Haddad e Tebet, o presidente Lula mantém a defesa por gastos em outras áreas.

Para Emy Shayo e Cinthya Mizuguchi, estrategistas do JPMorgan, caso o governo tenha êxito em restringir as despesas, parte do prêmio embutido na curva de juros pode diminuir, o que beneficiaria o desempenho de ações sensíveis aos juros.

No exterior, o mercado aguarda, nesta quinta-feira, a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre as taxas de juros. Nos EUA, o foco permanece nos balanços do 3T24, com destaque para os números do Morgan Stanley. As eleições americanas também começam a ganhar maior relevância.

Altas e quedas do dia

Na B3, a sessão foi marcada pelo vencimento de opções e contratos futuros do índice. Segundo analistas do Itaú BBA, “o Ibovespa está em cima do muro no momento. Se romper os 131.800 pontos, indica um cenário de recuperação, mas se perder os 129.300 pontos, pode sinalizar baixa no curto prazo”.

O grande destaque do dia foi a Vale (VALE3), que subiu 1,91% após divulgar um relatório de produção trimestral indicando o maior patamar desde 2018. No entanto, Lucas Laghi, da XP, alertou para os riscos associados à dependência do preço do minério e à dinâmica da economia chinesa.

Por outro lado, a Petrobras (PETR4) teve um pregão difícil e caiu 0,51%, impactada pela queda no preço internacional do petróleo. O setor bancário teve desempenho misto: BB (BBAS3) avançou 1,10%, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 0,60%.

A Embraer (EMBR3) teve uma forte alta de 6,74%, impulsionada por um novo relatório positivo de analistas. As ações de empresas aéreas também subiram, após o governo confirmar a não retomada do Horário de Verão. Azul (AZUL4) avançou 3,91%.

Por fim, a CSN (CSNA3) anunciou a aprovação de uma proposta não vinculante com a Itochu Corporation para a venda de até 11% de participação minoritária na CSN Mineração (CMIN3). Com isso, as ações da siderúrgica subiram 2,23%, enquanto as da mineradora recuaram 0,67%.

Amanhã, além da decisão do BCE sobre os juros, o mercado acompanhará os dados de vendas no varejo dos EUA, um dos principais indicadores do dia.

Maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira (16)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
EMBR3+6,7448,77
AZUL4+3,916,11
VAMO3+3,885,89
YDUQ3+3,2210,58
COGN3+2,961,39

Maiores quedas do Ibovespa nesta quarta-feira (16)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
LWSA3-2,254,35
IRBR3-1,6643,27
AZZA3-1,5941,36
ELET3-1,5038,12
HYPE3-1,4026,76

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamento Variação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa131.749+706,45+0,54%
🇧🇷 USD/BRL5,6651+0,0149+0,14%
🇺🇸 S&P 5005.842,47+27,21+0,47%