Hugo Motta critica postura ideológica de Lula e cobra foco em resultados para o Brasil
Hugo Motta, novo presidente da Câmara dos Deputados, criticou a postura do presidente Lula, dizendo que ele está refém de ideologias e se comunica apenas com sua bolha política.

O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao jornal O Globo, Motta afirmou que Lula está “refém de ideologias” e se comunica apenas com sua bolha política, o que estaria dificultando a condução eficaz do governo. De acordo com o parlamentar, o governo precisa entender que os brasileiros exigem resultados concretos, não discursos ideológicos, para superar os desafios econômicos e garantir estabilidade no país.
Motta, que assumiu recentemente a presidência da Câmara, alertou que a estratégia adotada pelo governo Lula pode estar comprometendo a eficiência da gestão. Ele comparou o comportamento do presidente com o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sugerindo que a abordagem de Lula de falar para sua base de apoio está levando a erros de gestão, como aconteceu durante o governo de Bolsonaro.
“Não adianta Lula fazer o que Bolsonaro fez e ficar o tempo todo falando para uma bolha que o faz errar”, afirmou Motta. Segundo ele, o governo precisa se afastar de discursos vazios e focar em ações que tragam resultados reais para a população. “Quem mais precisa do governo quer resultado, não discurso”, declarou o presidente da Câmara, ressaltando que a falta de decisões estratégicas tem gerado instabilidade na economia brasileira.
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Críticas à política econômica do governo e à atuação de Haddad
Outro ponto central da crítica de Hugo Motta foi a condução da política econômica do governo Lula. O parlamentar destacou que o governo tem demonstrado dificuldades em tomar decisões necessárias para impulsionar o crescimento econômico e garantir previsibilidade. “O governo tem vacilado ao deixar de tomar decisões estratégicas que são essenciais para o país”, afirmou Motta. Ele alertou que o governo precisa de mais responsabilidade fiscal, e que o aumento da arrecadação não pode ser visto como a única solução para equilibrar as contas públicas.
O presidente da Câmara também fez críticas à atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Embora reconheça que Haddad tenha uma agenda positiva para a economia, Motta destacou que, muitas vezes, o ministro tem sido “vencido” pelas decisões políticas tomadas por outros ministros do Planalto e pelo próprio presidente Lula. De acordo com o deputado, Haddad não tem a autonomia necessária para implementar medidas fiscais e de ajuste que o país precisa. Essa crítica também reflete um sentimento crescente no Congresso, onde muitos veem a política econômica do governo como pouco eficiente.
Relação com o STF e propostas para o Congresso
Além das críticas à política econômica, Hugo Motta também abordou o papel do Congresso em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da Câmara afirmou que o Legislativo não aceitará ser “emparedado” pela Corte e que, para garantir o equilíbrio entre os Poderes, o Congresso precisa atuar de maneira independente. Para isso, Motta mencionou a intenção de apresentar uma proposta ao STF com o objetivo de desbloquear as emendas parlamentares que foram suspensas, buscando garantir mais autonomia ao Legislativo.
Expectativas para o futuro e resistência no Congresso
A entrevista de Hugo Motta marca a sua primeira grande manifestação sobre a relação do Congresso com o governo Lula e os rumos da economia brasileira. Com seu posicionamento crítico, Motta sinaliza que o Executivo enfrentará uma resistência mais forte no Congresso, especialmente em relação a projetos prioritários do governo, como aqueles que envolvem arrecadação e a política fiscal.