GPA (PCAR3) despenca após saída de diretor e mercado teme mudança de rota
As ações do GPA (PCAR3) caíram 10,9% nesta quarta-feira (13) após a renúncia do diretor de negócios Fréderic Garcia, responsável pelo modelo de proximidade.
Foto: Bloomberg
As ações do GPA (PCAR3), grupo responsável pelas redes Pão de Açúcar e Extra, registraram forte queda nesta quarta-feira (13), repercutindo a renúncia do diretor de negócios Fréderic Garcia. Por volta das 15h30, os papéis caíam 10,90%, negociados a R$ 2,70, refletindo preocupações do mercado sobre a estabilidade e o futuro da companhia.
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Saída de Fréderic Garcia e impacto no modelo de proximidade
Fréderic Garcia era o principal responsável pela implementação do modelo de proximidade, estratégia central do GPA nos últimos anos. Esse formato de lojas de conveniência, representado pelas bandeiras Minuto Pão de Açúcar e Mini Mercado Extra, busca oferecer produtos e serviços em áreas residenciais, com fácil acesso e tickets mais elevados.
O modelo de proximidade tem sido um dos principais motores de expansão do grupo. Até o fim do segundo trimestre de 2025, o GPA contava com 375 unidades nesse formato, sendo cerca de 250 inauguradas nos últimos dois anos. A saída de Garcia levanta dúvidas sobre a continuidade da estratégia e gera incerteza entre investidores e analistas.
Crise de liderança e desconforto interno
Fontes próximas ao grupo afirmam que há um “desconforto” no board e nos comitês do GPA. Segundo especialistas, a companhia apresenta sinais de liderança dissonante, com decisões estratégicas pouco coesas. Essa percepção aumenta a preocupação do mercado sobre o futuro da empresa e a capacidade de manter a coesão em suas operações.
Além da renúncia de Garcia, a saída de dois conselheiros independentes no dia 5 de agosto contribui para o clima de instabilidade e reforça o receio de mudanças bruscas na gestão e na estratégia corporativa.
Alterações na base acionária e possíveis mudanças de rota
Em julho, a família Coelho Diniz, ligada a uma rede de supermercados em Minas Gerais, aumentou sua participação no GPA para mais de 17%. Essa movimentação acende alertas sobre uma possível mudança de rota no grupo, dado que o modelo de negócio da família é centrado em supermercados maiores, contrastando com o foco do GPA em lojas de proximidade.
Analistas destacam que a integração de diferentes visões estratégicas pode gerar desafios para a definição de prioridades, aumentando a volatilidade das ações e a atenção do mercado.
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