A GoPro (GPRO34) informou na última segunda-feira (19) que realizará a demissão de cerca de 15% de sua força de trabalho, o que corresponde a aproximadamente 139 empregos, como parte de um plano de reestruturação para reduzir suas despesas operacionais. 

Nesse cenário, a empresa estima que os encargos relacionados ao plano de reestruturação estarão na faixa de 5 a 7 milhões de dólares. Desse montante, 1 milhão de dólares será reconhecido como despesa no terceiro trimestre de 2024, enquanto os 4 a 6 milhões de dólares restantes serão contabilizados no quarto trimestre.

Vale destacar que as demissões em massa estão previstas para começar no terceiro trimestre e devem ser concluídas até o final de 2024, como parte dos esforços da GoPro para ajustar sua estrutura de custos e melhorar sua eficiência operacional.

A queda da GoPro

A GoPro, que foi uma pioneira e líder na indústria de câmeras vestíveis, tem enfrentado dificuldades significativas nos últimos anos. A empresa, que era amplamente reconhecida por sua inovação e popularidade entre os entusiastas de esportes e aventura, viu uma queda substancial na demanda por seus produtos, o que impactou negativamente seus resultados financeiros.

Entre 2019 e 2023, a receita da GoPro caiu de mais de US$ 1,19 bilhão para US$ 1 bilhão, e nos últimos doze meses, essa receita encolheu ainda mais, atingindo US$ 931 milhões. Além da redução na receita, a empresa também deixou de ser lucrativa, registrando um prejuízo líquido de mais de US$ 393 milhões no mesmo período.

No último trimestre, a situação da GoPro se agravou, com uma queda de 23% na receita, que totalizou mais de US$ 186 milhões. O prejuízo líquido no trimestre foi de US$ 48 milhões, enquanto a margem bruta caiu de 31,4% para 30,5%. Apesar de um aumento nos gastos com vendas e marketing de US$ 39 milhões para US$ 41 milhões, a empresa não conseguiu reverter a tendência de queda nas receitas.

Essa deterioração financeira tem levado alguns analistas a questionarem a viabilidade de longo prazo da GoPro, com preocupações de que a empresa possa não conseguir se recuperar e enfrentar sérias dificuldades, inclusive a possibilidade de falência nos próximos anos.