O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o fortalecimento do arcabouço fiscal como o melhor “remédio” para enfrentar os desafios econômicos atuais do Brasil. Em uma entrevista realizada em Washington, durante sua participação na reunião de ministros do G20, Haddad refutou a ideia de que o governo está sendo negligente em relação às contas públicas, considerando tal afirmação “exagerada”. O foco agora, segundo o ministro, é adequar receitas e despesas aos parâmetros estabelecidos pela regra fiscal, visando melhorar as expectativas de mercado.

Na terça-feira, 23 de outubro de 2024, Fernando Haddad, em meio a reuniões no G20, abordou a urgência de discutir estratégias fiscais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Estamos agora tendo que repensar essa estratégia para fortalecer o arcabouço fiscal”, afirmou Haddad. Essa declaração ressalta a importância do tema em um momento em que o Brasil enfrenta desafios econômicos significativos, incluindo a necessidade de equilibrar as contas públicas e restaurar a confiança dos investidores.

O arcabouço fiscal é um conjunto de normas e diretrizes que regulam a política fiscal de um país. Fortalecê-lo é fundamental para garantir que o governo possa operar dentro de limites financeiros saudáveis, evitando déficits excessivos que podem levar a uma crise fiscal. Haddad acredita que, ao melhorar a adequação entre receitas e despesas, o governo não apenas atenderá às exigências do mercado, mas também impulsionará a confiança dos investidores na economia brasileira.

Haddad mencionou que a equipe econômica já tomou medidas voltadas à arrecadação e que agora está sob pressão para implementar controle de gastos. Essa situação exige um plano que considere tanto a receita quanto a despesa pública. O ministro prometeu que, após o segundo turno das eleições municipais, novas propostas de controle de gastos serão apresentadas.

O governo tem enfrentado críticas pela falta de medidas concretas do lado das despesas. Com a pressão crescente por um equilíbrio fiscal, o fortalecimento do arcabouço fiscal se torna um tópico cada vez mais relevante. Haddad acredita que um planejamento adequado pode melhorar as expectativas do mercado e, assim, fomentar um ambiente mais favorável para o investimento.

Na mesma entrevista, Haddad expressou preocupação com o cenário econômico internacional, destacando que a volatilidade em mercados globais pode impactar a economia brasileira. No entanto, ele também observou que há um otimismo crescente entre investidores estrangeiros em relação ao Brasil, o que pode ser um bom sinal para o futuro da economia nacional.