Falência da Oi: Justiça decreta fim da recuperação judicial e B3 suspende ações
Apesar da falência, serviços essenciais serão mantidos provisoriamente até que outras operadoras assumam as operações, como no caso do tráfego aéreo, agora sob responsabilidade da Claro.
Foto: Divulgação
Na tarde desta segunda-feira (10), a falência da Oi foi oficialmente decretada pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, colocando um ponto final no segundo processo de recuperação judicial da companhia. Como consequência imediata, a B3 suspendeu a negociação das ações da operadora (OIBR3 e OIBR4), em uma medida que visa preservar a transparência e o bom funcionamento do mercado financeiro brasileiro.
A decisão foi assinada pela juíza Simone Gastesi Chevrand, que destacou que a Oi é “tecnicamente falida” e não apresenta mais condições de cumprir suas obrigações financeiras. A falência foi formalizada após a Gestão Judicial constatar que a empresa não tinha condições de honrar compromissos com credores, fornecedores e investidores, mesmo após diversas tentativas de recuperação.
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Suspensão das ações na B3
Com a falência da Oi, a B3 interrompeu a negociação de seus valores mobiliários. A suspensão das ações ordinárias (OIBR3) e preferenciais (OIBR4) foi anunciada às 14h58 (horário de Brasília) e seguirá as normas do mercado que permitem a paralisação de negócios em situações que possam comprometer a transparência e a estabilidade do ambiente de negociação.
No último pregão antes da suspensão, os papéis da Oi registraram quedas históricas. As ações ordinárias (OIBR3) fecharam em R$ 0,18, recuando 35,71%, enquanto as preferenciais (OIBR4) caíram 47,85%, sendo negociadas a R$ 2,43. De acordo com o balanço do segundo trimestre de 2025, a empresa contava com 330 milhões de ações em circulação, sendo 203,3 milhões em livre negociação no mercado, ou seja, em “free float”.
Motivos da falência da O
A falência da Oi foi decretada depois que a Justiça avaliou que não havia possibilidade de equacionamento entre os ativos e passivos da companhia. O descumprimento parcial do plano de recuperação judicial em andamento tornou inviável a continuidade do negócio sob a forma atual.
Segundo a juíza Simone Gastesi Chevrand, “não há mínima viabilidade financeira no cumprimento das obrigações devidas pela Oi”. Apesar de todos os esforços, a empresa não conseguiu superar os desafios financeiros e estruturais que a colocavam em risco constante de inadimplência.
Essa falência representa um marco na história das telecomunicações brasileiras, evidenciando os impactos complexos de processos de recuperação judicial mal-sucedidos e da gestão de dívidas elevadas em grandes empresas do setor.
Continuidade dos serviços essenciais
Embora a falência da Oi seja um marco negativo, a Justiça determinou que os serviços essenciais prestados pela companhia continuem provisoriamente até que outras operadoras assumam suas funções. Entre os exemplos mais críticos está o tráfego aéreo, que foi transferido para a Claro, garantindo que os serviços essenciais não sejam interrompidos e evitando prejuízos à população e a setores estratégicos.
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