De acordo com Adriano Pires, renomado especialista do setor econômico e presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a estratégia da Petrobras de investir em energias renováveis, embora não seja necessariamente negativa, deveria ser redirecionada para atividades mais rentáveis, como a exploração de petróleo e gás, que representam seu principal campo de atuação, o chamado “core business”. 

A análise de Pires surgiu após o anúncio da parceria entre a gigante energética brasileira e a empresa Weg para desenvolver uma turbina de geração eólica onshore com 7 megawatts (MW) de potência.

Em uma entrevista ao InvestNews, Pires destacou que o mercado financeiro reagiu favoravelmente ao acordo com a Weg, mas sugeriu que a Petrobras pode não colher tantos benefícios, uma vez que seu conhecimento e experiência estão profundamente enraizados na exploração de petróleo e gás natural, seus pilares fundamentais. 

Além disso, o especialista mencionou a controversa questão em torno da exploração da Margem Equatorial, uma região de alto potencial petrolífero na foz do Rio Amazonas, que ainda aguarda a aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar suas operações.

Pires argumentou que, na sua perspectiva, o melhor caminho de investimento para a Petrobras neste momento seria direcionar seus recursos e esforços para a Margem Equatorial e para a exploração do pré-sal na Bacia de Santos, ambas áreas com grande potencial de sucesso, custos reduzidos e poços altamente produtivos, em detrimento da expansão em energias renováveis.