A Eneva (ENEV3) firmou um contrato de fornecimento de gás natural com a usina termelétrica Linhares Geração, com valor estimado em R$ 1,2 bilhão, conforme comunicado divulgado pela empresa na noite de terça-feira (11). 

De acordo com o contrato, é previsto o fornecimento de até 1,07 milhão de metros cúbicos de gás por dia, na modalidade 100% flexível, com início das entregas a partir de 1º de julho de 2026, quando o contrato da Linhares Geração entra em vigor.

Vale destacar que a termelétrica Luiz Oscar Rodrigues de Melo, que utilizará o gás da Eneva, comercializou 204 megawatts (MW) no produto potência durante o primeiro leilão de reserva de capacidade realizado pelo governo brasileiro em dezembro de 2021.

O suprimento será realizado a partir de gás natural liquefeito (GNL) importado no hub Sergipe, utilizando a Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação (FSRU), que tem uma capacidade de regaseificação de até 21 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

De acordo com a Eneva, este é o primeiro contrato de suprimento de gás para termelétrica firmado entre companhias privadas no Brasil, marcando um passo significativo na abertura do mercado brasileiro de gás.

Resultados da Eneva (ENEV3) no 1T24

A Eneva reportou um prejuízo líquido de R$60,9 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), revertendo um lucro de R$222,9 milhões do ano anterior. Esse resultado foi influenciado pela redução da receita e pelo aumento das despesas financeiras durante o período.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ficou em R$1,089 bilhão, marcando uma queda anual de 6,8%. A empresa destaca que o Ebitda do primeiro trimestre de 2023 foi impactado positivamente pelo valor da variação da marcação a mercado (MtM) dos contratos de energia do segmento de comercialização, resultando em um aumento pontual de R$203,9 milhões devido à realocação dos contratos de Futura 1 para a Comercializadora. 

Excluindo esse efeito, o Ebitda consolidado teria apresentado um crescimento de R$126,7 milhões, ou 13,1%, em comparação ao ano anterior. Já a margem Ebitda aumentou 6,8 pontos percentuais, alcançando 54,3%.

A receita líquida totalizou R$2,004 bilhões no 1T24, o que representa uma redução de 18,5% em comparação com o mesmo período de 2023.

Em relação às despesas operacionais, foi atingido R$147,2 milhões no primeiro trimestre de 2024, registrando um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No do 1T24, o resultado financeiro líquido registrou um valor negativo de R$707,1 milhões, representando um aumento de 62,5% em relação às perdas financeiras do mesmo período de 2023.

Em 31 de março de 2024, a dívida líquida da empresa atingiu R$17,448 bilhões, refletindo um crescimento de 2,3% em comparação com o mesmo período de 2023.

Por fim, o indicador de alavancagem financeira, calculado pela relação dívida líquida/Ebitda dos últimos 12 meses, situou-se em 4,1 vezes em março de 2024, indicando uma redução de 0,5 ponto percentual em comparação com o mesmo período de 2023.