Metade das empresas da B3 não recuperou valor perdido na pandemia; veja ranking das maiores quedas
Estudo revela as empresas mais desvalorizadas da B3 desde a pandemia, com perdas acima de 90% do valor de mercado

Cinco anos após a Covid-19 atingir em cheio a economia global, o Ibovespa bate recordes históricos, mas metade das 234 empresas listadas na B3 ainda não recuperou o valor perdido antes da pandemia. O levantamento é da Elos Ayta Consultoria e considera os preços de fechamento até a última sexta-feira (19).
Segundo o estudo, 50% das companhias negociadas na bolsa brasileira permanecem abaixo do patamar de 21 de fevereiro de 2020, véspera do início da crise sanitária. Em alguns casos, as ações praticamente “viraram pó”, com perdas acima de 90%.
As empresas da B3 mais atingidas pela pandemia
Americanas (AMER3)
A antiga gigante do varejo lidera as perdas desde a pandemia. Segundo a Elos Ayta Consultoria, o valor de mercado da Americanas encolheu 99,93% no período. Em janeiro de 2023, a companhia revelou uma fraude contábil superior a R$ 20 bilhões, considerada a maior da história da bolsa brasileira. O caso abriu disputa entre bancos credores e acionistas controladores, aprofundando o colapso das ações. “Quem tinha R$ 100 em AMER3 antes da crise possui hoje apenas R$ 0,07”, destaca Einar Rivero, da Elos Ayta.
Oi (OIBR3)
A operadora acumula queda de 99,50% desde a pandemia. A empresa vendeu unidades de negócio para reduzir a dívida, como a rede móvel, repassada a um consórcio formado por Claro, TIM e Vivo por R$ 16,5 bilhões, e a operação de TV por assinatura, vendida à Sky. Mesmo assim, voltou à recuperação judicial em 2023. “As vendas reduziram a dívida, mas eliminaram fontes de receita”, explica Rivero no estudo.
Gafisa (GFSA3)
A incorporadora, que já integrou o Ibovespa, despenca 98,95% desde 2020. Suas ações oscilaram fortemente nos últimos anos com rumores de recuperação judicial e venda forçada de ativos. O endividamento líquido supera R$ 1,1 bilhão. A empresa foca empreendimentos de média e alta renda em São Paulo e no Rio, mas enfrenta concorrência de incorporadoras mais capitalizadas.
Casas Bahia (BHIA3)
O antigo grupo Via Varejo, hoje novamente chamado Casas Bahia, registra perdas de 98,82% desde a pandemia. A varejista passou por reestruturações e trocas de nome em meio a resultados fracos, concorrência digital acirrada e endividamento pesado. Segundo Rivero, decisões estratégicas equivocadas drenaram caixa, aumentaram dívidas e destruíram valor. O patrimônio líquido caiu de R$ 6,31 bilhões para R$ 1,53 bilhão em cinco anos, sem considerar inflação.
Outras grandes quedas
A lista de empresas que mais perderam valor desde a pandemia, considerando volume financeiro médio diário acima de R$ 1 milhão nos últimos 30 dias, inclui companhias de transporte, saúde, turismo e varejo. Entre elas:
- Gol (GOLL54): –98,63%
- Dasa (DASA3): –97,95%
- Azul (AZUL4): –97,56%
- Recrusul (RCSL4): –96,11%
- IRB Re (IRBR3): –94,48%
- Qualicorp (QUAL3): –93,32%
- CVC (CVCB3): –92,63%
- Magazine Luiza (MGLU3): –91,82%
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