João Doria, ex-governador de São Paulo, deu um passo inesperado em direção à reconciliação ao enviar uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao vice-presidente Geraldo Alckmin. Na mensagem, Doria reconheceu que cometeu “exageros e equívocos” em sua relação com ambos e expressou o desejo de se redimir.

Na correspondência, Doria deixou claro seu anseio de ter a chance de expressar seu arrependimento. A carta foi entregue pessoalmente por Alckmin a Lula, que a leu imediatamente. O presidente, ao reconhecer o gesto, comentou sobre sua disposição de perdoar, mas ponderou que tornar-se amigo de Doria seria “um pouco demais”.

Doria relatou que sua decisão de reconciliação é parte de uma estratégia para se afastar de conflitos e rivalidades do passado. A reaproximação com Alckmin, seu ex-vice-governador, é um exemplo dessa mudança. Os dois discutiram longamente em uma reunião, onde esclareceram seus pontos de vista e restabeleceram laços que estavam enfraquecidos ao longo dos anos.

Após sua saída da política, Doria não se afastou do cenário empresarial. Ele encontrou sucesso ao reinventar sua carreira no setor privado, aproveitando sua experiência em eventos e networking. No entanto, ele também encontrou resistência por parte do governo do PT. Muitos no primeiro escalão hesitam em se associar a ele devido ao seu histórico de rivalidade com Lula. Em 2019, Doria fez uma piada sobre a prisão de Lula, pelo que se desculpou publicamente no ano passado, mas a desconfiança ainda persiste em Brasília.