Dividendos encerram 2024 com queda de 9% após 4º trimestre fraco
Quarto trimestre de 2024 impulsiona queda nos dividendos, totalizando US$ 22,4 bilhões para acionistas.

Em 2024, as empresas brasileiras distribuíram 9% menos dividendos em comparação com o ano anterior, segundo o Índice Global de Dividendos da Janus Henderson. Esse recuo foi principalmente influenciado pelo desempenho do quarto trimestre (4T24), quando os pagamentos caíram 28,7%. No total, as companhias analisadas repassaram US$ 22,4 bilhões aos acionistas durante o período.
A Petrobras (PETR4) liderou o país, com US$ 10,83 bilhões em dividendos, representando quase metade do total distribuído no Brasil. A estatal também ocupou a 14ª posição no ranking mundial de dividendos. Em seguida, a Vale (VALE3) pagou US$ 4,16 bilhões em proventos, apesar dos desafios enfrentados no setor de mineração.
Cenário internacional: emergentes em alta e quedas na América Latina
Enquanto o Brasil registrou um desempenho negativo, mercados emergentes, como a China, apresentaram crescimento expressivo nos pagamentos aos acionistas. O país asiático teve um aumento de 17,8% nos dividendos, alcançando um recorde de US$ 62,7 bilhões. O México também experimentou um avanço, com uma alta de 4,3%, impulsionada pela empresa de bebidas Femsa e pela mineradora Grupo México.
No entanto, outros países latino-americanos seguiram a trajetória do Brasil, com quedas significativas. Na Colômbia, os dividendos da Ecopetrol (EC) despencaram 28,7%, afetando o total distribuído no país. O Chile também viu uma redução nos pagamentos da Empresas Copec, que levou a um recuo de mesma magnitude.
Dividendos globais batem recorde de US$ 1,75 trilhão
Apesar das quedas em algumas regiões, o volume global de dividendos alcançou um novo recorde de US$ 1,75 trilhão em 2024, marcando um crescimento nominal de 5,2% em relação ao ano anterior. Esse avanço superou a projeção inicial de US$ 1,73 trilhão feita pela Janus Henderson, sendo impulsionado pelos resultados acima do esperado nos Estados Unidos e no Japão.
Empresas como Meta (META), Alphabet (GOOG) e Alibaba (BABA) também tiveram papel importante, realizando seus primeiros pagamentos de dividendos. Juntas, essas gigantes da tecnologia distribuiram US$ 15,1 bilhões, respondendo por um quinto do crescimento global dos proventos em 2024.
Bancos lideram crescimento no pagamento de dividendos
O setor financeiro teve um papel fundamental na expansão dos dividendos globais, sendo responsável por quase metade do aumento registrado no ano. Os bancos reforçaram suas distribuições, beneficiados pelo bom desempenho e pela recuperação econômica em diversas regiões.
Embora o Brasil e outros países da América Latina tenham enfrentado desafios na distribuição de dividendos, o cenário global demonstrou resiliência, com setores estratégicos e grandes empresas impulsionando os pagamentos aos acionistas.