O cenário para a Ambev (ABEV3) em 2024 está repleto de análises detalhadas e projeções desafiadoras. A recomendação de “venda” do Banco Safra aprofunda a sensação de incerteza que paira sobre a empresa. Os investidores especialmente sentem esse sentimento diante das mudanças tributárias, instabilidades econômicas na Argentina e revisões legislativas no Brasil.

O Banco Safra reiterou sua visão pessimista. Eles apontaram incertezas que se concretizaram desde dezembro de 2023, resultando em um declínio de aproximadamente 17% nas ações ao longo dos últimos cinco meses. As previsões indicam que a receita líquida da Ambev enfrentará pressão no primeiro trimestre de 2024. Isso ocorrerá devido a volumes de vendas estáveis e um efeito negativo no mix de preços por hectolitro de cerveja. Apesar disso, espera-se uma leve melhoria na margem, graças a um menor custo por hectolitro.

Mudanças na legislação tributária trazem desafios para a Ambev

No entanto, a redução nos benefícios fiscais relacionados a juros sobre capital próprio deve ter um impacto adverso no lucro por ação. Além disso, as mudanças na legislação tributária e os desafios enfrentados nos mercados internacionais, como a crise econômica na Argentina e a contração da indústria cervejeira no Canadá, adicionam camadas adicionais de incerteza ao cenário.

Apesar dos esforços da Ambev para se adaptar a esses desafios, incluindo a monetização de créditos tributários e ajustes na estrutura de capital, os analistas do Banco Safra expressam dúvidas quanto à capacidade da empresa de superar completamente esses obstáculos.

A empresa aguarda ansiosamente a recuperação dos mercados brasileiros, especialmente com a aproximação do verão e do Carnaval, que tradicionalmente impulsionam as vendas de cerveja. No entanto, as preocupações com as mudanças regulatórias e os desafios externos continuam a pesar sobre a Ambev, exigindo uma estratégia sólida para enfrentar os meses à frente.