A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concluiu a principal investigação sobre o escândalo de fraude contábil envolvendo a resseguradora IRB-Brasil (IRBR3), que impactou o mercado financeiro pouco antes da pandemia. 

A investigação, iniciada em maio de 2023, resultou em acusações formais contra 11 ex-diretores e conselheiros da companhia, em um processo sancionador que agora segue para julgamento.

Entre os acusados estão José Carlos Cardoso, ex-presidente do IRB, e Fernando Passos, ex-vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores. Outros nomes incluídos são Lúcia Maria da Silva Valle, ex-vice-presidente de riscos e conformidade, e Werner Romera Suffert, ex-diretor de relações com investidores.

Além disso, o processo envolve sete ex-membros do conselho de administração, incluindo figuras proeminentes como Ivan Monteiro, ex-presidente da Petrobras e atual CEO da Eletrobras, e Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal.

Vale destacar que o processo da CVM busca investigar eventuais irregularidades nos registros contábeis e nas demonstrações financeiras do IRB, referentes ao exercício social de 2019.

A acusação contra os ex-dirigentes do IRB é um dos desdobramentos mais esperados, pois o mercado ainda enfrenta as consequências dos danos causados pelo caso. Logo, a expectativa é que o julgamento traga clareza e, possivelmente, consequências para os envolvidos, enquanto o mercado busca superar essa crise e restabelecer a confiança na resseguradora e em suas operações financeiras.

Sobre o processo arbitral

O IRB Brasil informou que está enfrentando um processo arbitral com um valor de indenização estimado em R$ 10 milhões, movido por 155 gestoras. A ação está relacionada a prejuízos sofridos pelos acionistas devido à queda acentuada no valor das ações da empresa após o escândalo de fraude contábil envolvendo ex-executivos da companhia.

O grupo de acionistas afetados, composto por fundos de investimentos e outros investidores, busca compensação pelas perdas que começaram a ocorrer a partir de 2 de fevereiro de 2020, data em que o caso de fraude foi revelado ao mercado. Esse episódio gerou uma forte desvalorização das ações do IRB, afetando diretamente os investidores que haviam apostado na resseguradora.

Esse processo arbitral é uma das várias consequências jurídicas e financeiras que a empresa enfrenta em razão das práticas irregulares de seus antigos gestores.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.