Conselho da Petrobras (PETR4) aprova compra de fatia em bloco na África do Sul
De acordo com o comunicado ao mercado, a Petrobras terá uma participação de 10% no bloco Deep Western Orange Basin (DWOB), localizado na Bacia de Orange.

A Petrobras (PETR4) anunciou na última terça-feira (01) que seu conselho de administração aprovou a entrada da empresa na África do Sul, permitindo a aquisição de uma participação no bloco Deep Western Orange Basin (DWOB), localizado na Bacia de Orange.
De acordo com o comunicado ao mercado, a Petrobras terá uma participação de 10% no bloco DWOB. A operação será liderada pela TotalEnergies, que deterá 40%, enquanto QatarEnergy terá 30% e a Sezigyn Pty., 20%.
A petroleira declarou que “a operação terá como propósito a diversificação do portfólio exploratório com geração de valor e está alinhada com a estratégia de longo prazo da companhia, que visa a recomposição das reservas de petróleo e gás por meio de exploração de novas fronteiras, tanto no Brasil quanto no exterior, e atuação em parceria”, disse.
O processo de licitação também foi conduzido pela TotalEnergies, conforme acrescentado pela empresa no documento.
Atraso de dez anos na Margem Equatorial
Em contrapartida, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou na semana passada que as atividades de exploração e produção de petróleo na Margem Equatorial, região que abrange áreas do Amapá até o Rio Grande do Norte, estão atrasadas em pelo menos dez anos.
Durante o painel de encerramento da ROG.e (antiga Rio Oil & Gas), evento realizado no Rio de Janeiro, Magda Chambriard mencionou que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) leiloou áreas da Margem Equatorial em 2013.
Esse leilão fazia parte de uma estratégia para descentralizar os investimentos que estavam concentrados no pré-sal, localizado no Sudeste do Brasil. Apesar disso, Chambriard ressaltou que a exploração em águas profundas na Margem Equatorial enfrenta impasses ambientais, o que resultou em uma ausência de atividades petrolíferas significativas na região, apesar das expectativas de crescimento.
A executiva enfatizou que, na época do leilão da Margem Equatorial em 2013, havia grandes expectativas em relação às reservas de óleo e gás, especialmente diante dos desenvolvimentos na Guiana e no Suriname, países vizinhos do Brasil.
No entanto, após uma década, esses países prosperaram na exploração de seus recursos, enquanto o Brasil ainda não conseguiu avançar na exploração das áreas leiloadas. Assim, a presidente alertou sobre esse contraste e pontuou que o Brasil está “devendo” no desenvolvimento dessas reservas.
Hoje, o petróleo é o principal produto de exportação do Brasil, e Chambriard expressou preocupação com o futuro do setor, alertando para a necessidade de repor as reservas de petróleo do país. Ela apontou o risco de o Brasil, que se tornou um exportador relevante de petróleo, eventualmente enfrentar um cenário de “importação custosa” se não houver uma reposição adequada de suas reservas.