As importações de veículos vindos da China ao Brasil atingiram um marco histórico em agosto de 2025. Pela primeira vez, o país asiático superou a Argentina como principal origem dos veículos importados, representando 32% do total importado no mês, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9) pela Anfavea, entidade que representa as montadoras no Brasil. O crescimento do mercado chinês no setor automotivo brasileiro reflete mudanças significativas nas cadeias globais de fornecimento e no comportamento do consumidor.

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Crescimento histórico das importações chinesas

Em 2025, até o mês de agosto, o Brasil importou 105.410 veículos da China, uma alta de 45,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Este aumento demonstra que a China está consolidando sua presença no mercado brasileiro, oferecendo modelos que atendem à demanda crescente por carros modernos, elétricos e híbridos.

Somente no mês de agosto, os veículos chineses representaram 7,8% de todos os emplacamentos no Brasil, a maior participação da série histórica. Esse crescimento mostra que, além de importar mais carros da China, os brasileiros estão optando por esses modelos na hora da compra, o que pode indicar mudanças nas preferências do consumidor em relação a tecnologia, design e preço competitivo.

Comparação com a Argentina

Apesar da ascensão da China, o total acumulado de veículos importados da Argentina ainda é superior: 134.866 unidades, com crescimento mais modesto de 4,5% em relação a 2024. A diferença reflete a longa tradição da Argentina como fornecedora do mercado brasileiro, especialmente em modelos de carros populares e comerciais.

Segundo o presidente da Anfavea, Igor Calvet, a relação comercial com a Argentina é equilibrada, funcionando como uma via de mão dupla. “O comércio com a Argentina é uma via de mão dupla. No caso da China, a gente só importa, a balança não é favorável”, afirmou durante coletiva em São Paulo. Este comentário evidencia que, embora a China esteja se tornando a principal origem de veículos importados, o impacto econômico da importação ainda gera déficit comercial significativo para o Brasil.

Impactos no mercado automotivo brasileiro

O aumento das importações chinesas tem diversas implicações para o setor automotivo nacional. Entre elas:

  • Concorrência com fabricantes locais: Veículos chineses, muitas vezes mais acessíveis, podem aumentar a pressão sobre montadoras brasileiras para inovar e reduzir preços.
  • Mudança no perfil do consumidor: O interesse crescente por modelos elétricos e híbridos, que a China tem exportado em grande escala, reflete uma mudança na preferência dos brasileiros por tecnologias sustentáveis.
  • Desafios para a balança comercial: Como mencionado por Igor Calvet, o comércio unilateral com a China significa que o Brasil importa mais do que exporta para o país asiático no setor automotivo, impactando o equilíbrio da balança comercial.

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