As condições climáticas adversas, incluindo uma seca severa e temperaturas extremas no Texas, principal estado produtor de algodão nos Estados Unidos, estão ameaçando a posição do país como o maior exportador mundial de algodão. Enquanto isso, o Brasil está prestes a colher uma safra promissora, o que pode resultar em uma mudança significativa no mercado global de algodão.

O Brasil já consolidou sua posição como o maior exportador de milho e líder no mercado internacional de soja por mais de uma década. Agora, o país sul-americano está à beira de um marco histórico ao se aproximar de ultrapassar os Estados Unidos nas exportações de algodão.

Condições Climáticas nos EUA

A seca persistente e temperaturas acima de 40ºC no Texas têm impactado adversamente as plantações de algodão nos Estados Unidos. Com apenas 11% da safra de algodão do Texas classificada como boa ou excelente, a qualidade do algodão americano tem sido prejudicada nos últimos anos, enquanto o Brasil mantém uma qualidade excepcional devido aos seus padrões de chuva favoráveis.

Brasil como maior exportador global de algodão

Peter Egli, diretor de gerenciamento de riscos da Plexus Cotton, observa que se a safra americana continuar a se deteriorar, o Brasil poderá facilmente superar os EUA e se tornar o exportador número 1 na safra atual. O Brasil e os EUA juntos respondem por mais de metade da oferta global de algodão, tornando essa mudança potencial significativa para o mercado global.

À medida que os preços do milho caem, os agricultores brasileiros planejam aumentar a área de cultivo de algodão nos próximos anos. Com margens de lucro mais atraentes no Brasil em comparação com os EUA, o país está bem posicionado para expandir ainda mais sua produção e exportações de algodão.

Previsões do USDA

Analistas esperam que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduza sua previsão de exportações americanas de algodão devido aos efeitos da seca na qualidade e quantidade da fibra. Enquanto isso, o Brasil continua a prosperar com suas safras de alta qualidade e perspectivas de crescimento contínuo.

Com uma diferença de apenas 1 milhão de fardos em relação à produção dos EUA, o Brasil é agora visto como o “adversário mais temido” por Buddy Allen, presidente da Associação Americana de Exportadores de Algodão. A competição pelo título de maior exportador global de algodão está mais acirrada do que nunca.