Bolsonaro é indiciado pela PF por conhecimento de venda de joias de R$ 6,8 milhões
A Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro e outras 11 pessoas sob a acusação de envolvimento na tentativa de venda das joias presenteadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro. O relatório da PF, que teve seu sigilo retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revela mensagens que indicam que Bolsonaro tinha […]

A Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro e outras 11 pessoas sob a acusação de envolvimento na tentativa de venda das joias presenteadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro. O relatório da PF, que teve seu sigilo retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revela mensagens que indicam que Bolsonaro tinha conhecimento da operação de leilão das joias.
As joias, avaliadas em aproximadamente R$ 6,8 milhões, incluem itens de luxo da marca Chopard, como caneta, anel, abotoaduras, rosário árabe e um relógio. Elas foram recebidas pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após uma viagem à Arábia Saudita em 2021. Posteriormente, as peças foram levadas aos Estados Unidos e submetidas a um leilão pela empresa Fortuna Auction, sem sucesso na venda.
A investigação da PF aponta para uma associação criminosa destinada ao desvio de bens de alto valor recebidos pelo governo brasileiro. Os proventos obtidos com a tentativa de venda das joias teriam sido convertidos em dinheiro em espécie e transferidos para o patrimônio pessoal de Bolsonaro, evitando o sistema bancário formal para ocultar a origem e propriedade dos recursos. Bolsonaro enfrenta acusações de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato.
Em resposta às acusações, os advogados de Bolsonaro afirmam que o ex-presidente não tinha controle sobre presentes recebidos durante viagens oficiais do governo. Eles destacam que todos os presentes recebidos por ex-presidentes são catalogados pelo GADH, seguindo critérios estabelecidos. Bolsonaro também ironizou o erro inicial da PF em relação ao valor do suposto desvio, que foi corrigido de R$ 25 milhões para R$ 6,8 milhões.
O relatório da PF foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) por Alexandre de Moraes. A PGR decidirá se apresenta denúncia contra Bolsonaro e os demais indiciados. Caso haja denúncia, o STF terá a decisão final sobre o tornar ou não réu. A investigação segue em andamento, prometendo ter repercussões significativas no cenário político e judicial do Brasil.