Bolsas europeias encerram em alta com decisão do BCE e resultados corporativos
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira, 17 de outubro, após o Banco Central Europeu reduzir sua taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual.

Nesta quinta-feira, 17 de outubro, as principais bolsas europeias fecharam em alta após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar uma redução na taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual. O corte na taxa veio em meio a preocupações com o crescimento econômico da zona do euro, o que gerou otimismo entre os investidores e impulsionou os principais índices do continente. Paralelamente, o mercado também reagiu aos balanços corporativos divulgados, como os da Sartorius e Pernod Ricard.
A decisão do BCE de reduzir a taxa de juros foi o principal fator de alta nas bolsas europeias. O DAX, de Frankfurt, registrou um novo recorde, com alta de 0,77%, fechando aos 19.583,39 pontos. A medida foi vista como um alívio para os mercados, que aguardavam sinais de apoio do banco central para sustentar o crescimento econômico da região.
Além do corte de juros, a presidente do BCE, Christine Lagarde, ressaltou que os riscos para o crescimento econômico continuam a se concentrar no lado negativo. Isso alimentou expectativas de que novas ações possam ser tomadas para evitar uma desaceleração mais acentuada na economia da zona do euro.
O FTSE 100, de Londres, também reagiu positivamente, avançando 0,67%, para 8.385,13 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, subiu 1,22%, fechando aos 7.583,73 pontos. O clima favorável nas bolsas foi reforçado pelo CPI (Índice de Preços ao Consumidor) da zona do euro, divulgado mais cedo, que mostrou uma desaceleração da inflação em setembro.
Além da decisão do BCE, investidores estavam de olho nos resultados corporativos. A Sartorius, fornecedora de equipamentos laboratoriais, teve um dia de forte valorização, com suas ações subindo 16,8%. A alta veio após a empresa divulgar resultados alinhados com as expectativas do mercado e reafirmar sua projeção anual, o que reforçou a confiança dos investidores em seu desempenho futuro.
Outra companhia que se destacou foi a Pernod Ricard, fabricante de bebidas, que avançou 1,82% após confirmar suas projeções para o ano fiscal de 2025. No entanto, analistas do Barclays manifestaram preocupação com a capacidade da empresa de atingir suas metas, especialmente em mercados-chave como a China, que vem mostrando sinais de enfraquecimento.
Por outro lado, a Nestlé, que inicialmente operava em queda, conseguiu reverter as perdas e fechou o dia com alta de 2,53%. Isso ocorreu apesar de a empresa ter cortado suas projeções de vendas, o que indica que os investidores continuam confiantes na capacidade de recuperação da companhia no longo prazo.
Nem todas as empresas tiveram um dia positivo. A Nokia, uma das gigantes do setor de telecomunicações, viu suas ações recuarem 3,03% após divulgar um resultado abaixo do esperado. As vendas da companhia desapontaram o mercado, e a empresa revisou suas projeções de crescimento para baixo. Esse movimento reforça os desafios que a Nokia enfrenta em um mercado altamente competitivo e pressionado por inovações constantes.
Além dos grandes mercados de Frankfurt, Londres e Paris, outras bolsas europeias apresentaram desempenhos mistos nesta quinta-feira. O FTSE MIB, de Milão, encerrou o dia em alta de 1,09%, aos 35.038,73 pontos, impulsionado pelo clima positivo nos mercados em geral.
No entanto, o Ibex 35, da bolsa de Madri, recuou 0,77%, fechando aos 11.904,50 pontos, mostrando que nem todos os índices conseguiram se beneficiar das notícias econômicas. Já o PSI 20, de Lisboa, também registrou queda, de 0,51%, encerrando o pregão aos 6.715,78 pontos. Apesar de alguns índices regionais terem fechado em baixa, o tom geral do mercado europeu foi de otimismo.
A decisão do BCE de cortar a taxa de juros foi recebida com otimismo pelos mercados porque, em essência, reduz o custo do crédito para empresas e consumidores. Em tempos de incerteza econômica, uma política monetária mais frouxa pode ajudar a estimular o investimento e o consumo, promovendo o crescimento econômico. Além disso, o corte também sinaliza que o BCE está disposto a agir de forma proativa para mitigar riscos, o que tranquiliza os investidores.