As bolsas de valores europeias fecharam em alta nesta segunda-feira, impulsionadas pelas expectativas crescentes de que o Banco Central Europeu (BCE) poderá implementar novos cortes em sua política monetária. Essa expectativa foi reforçada por dados recentes que indicam uma contração inesperada na atividade empresarial da zona do euro, levantando preocupações sobre o crescimento econômico da região.

Na sessão de hoje, o índice pan-europeu **STOXX 600** subiu 0,40%, atingindo 516,32 pontos. Esse movimento de alta ajudou a recuperar parte das perdas observadas na última semana, que havia sido a maior queda desde agosto. O setor automotivo foi o grande destaque, com um avanço de 1,9%, enquanto o setor de varejo também se destacou, com alta de 1,2%. Esse otimismo no mercado é uma resposta direta à necessidade de flexibilização nas taxas de juros.

Entretanto, o setor bancário teve um desempenho negativo, com uma queda de 1,8% no índice de bancos da zona do euro. Instituições como Crédit Agricole, Société Générale e BNP Paribas foram as mais afetadas, refletindo a fragilidade do setor em um ambiente de taxas de juros em potencial declínio.

Os dados de atividade empresarial revelaram uma contração surpreendente em setembro, com o setor de serviços estagnado e a desaceleração industrial se acentuando. Fabio Balboni, economista sênior do HSBC para a zona do euro, afirmou que a magnitude da queda foi inesperada, sugerindo um panorama sombrio para o crescimento na região. A Alemanha, maior economia da Europa, viu seu declínio aprofundar-se, enquanto a França, a segunda maior economia, voltou a registrar contração após um período de impulso durante os Jogos Olímpicos.

Esses resultados indicam que, embora algumas áreas do mercado estejam se recuperando, a saúde econômica geral da zona do euro permanece frágil. A expectativa é de que o BCE, que já havia cortado as taxas em junho e novamente neste mês, continue a adotar uma postura mais acomodatícia.

As expectativas de novos cortes nas taxas de juros estão se intensificando à medida que os formuladores de políticas avaliam a necessidade de estímulos adicionais. Os mercados financeiros estão atentos às declarações futuras do BCE, que podem sinalizar o caminho a ser seguido. O foco agora está em como esses cortes impactarão a atividade econômica e, especificamente, o setor bancário.

Os setores que se destacaram na alta das bolsas incluem:

  • Setor Imobiliário: Com um aumento de 1,3%, o setor imobiliário, que é sensível às taxas de juros, mostrou sinais de otimismo moderado.
  • Setor de Serviços Públicos: Com alta de 1,1%, esse setor tem atraído investidores em busca de segurança em tempos de incerteza.

Os principais índices europeus apresentaram resultados variados, refletindo a diversidade de reações às notícias econômicas:

  • Londres (FTSE 100): +0,36%, a 8.259,71 pontos
  • Frankfurt (DAX): +0,68%, a 18.846,79 pontos
  • Paris (CAC-40): +0,10%, a 7.508,08 pontos
  • Milão (Ftse/Mib): -0,24%, a 33.679,80 pontos
  • Madri (Ibex-35): +0,38%, a 11.797,90 pontos
  • Lisboa (PSI20): +0,31%, a 6.737,35 pontos
Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.