O Banco Safra recentemente concluiu uma redução de capital de R$ 6,184 bilhões, como parte da saída de Alberto Safra, uma decisão que marca um importante ajuste na estrutura do banco. Ao mesmo tempo, o banco anunciou um aumento de capital de R$ 2,7 bilhões, que aguarda a homologação do Banco Central. Esses movimentos estão diretamente relacionados a uma série de ajustes financeiros e societários no Banco Safra, que busca se reestruturar após a saída de um de seus principais acionistas.

Em julho de 2024, o Banco Safra passou por um processo de redução de capital de R$ 6,184 bilhões. A mudança foi uma consequência da saída de Alberto Safra, ocorrida no ano passado, que se afastou da instituição como parte de uma reestruturação interna após sua disputa familiar relacionada à herança de seu pai, Joseph Safra. Essa decisão foi formalizada após a aprovação do Banco Central e a publicação no Diário Oficial da União, consolidando a redução como um evento chave no ajuste do banco.

A redução de capital do Banco Safra tem como objetivo otimizar sua estrutura financeira e promover ajustes societários, refletindo um movimento necessário para garantir a estabilidade da instituição diante das mudanças acionárias. Com a saída de Alberto Safra, o banco ajusta sua base de capital para refletir a nova realidade dentro do grupo familiar e as futuras estratégias de expansão.

Logo após a redução de capital, os sócios do Banco Safra aprovaram um aumento de capital de R$ 2,7 bilhões. Essa medida ainda está aguardando homologação pelo Banco Central, mas visa reforçar ainda mais a estrutura financeira do banco, permitindo-lhe continuar operando com solidez no mercado financeiro.

O aumento de capital demonstra o comprometimento do Banco Safra em se fortalecer e seguir com seus planos de crescimento. A medida também é vista como uma resposta às mudanças no cenário econômico e financeiro, permitindo ao banco uma melhor adaptação às exigências de seus acionistas e ao mercado em geral.

Esse aumento de capital surge em um contexto de transformação para o banco, com a reorganização de suas operações e uma estrutura mais robusta para enfrentar os desafios futuros, sendo uma alternativa para absorver qualquer impacto econômico decorrente da reestruturação acionária. O Banco Safra está se posicionando como um player forte, ajustando sua base de capital e reforçando a confiança de seus investidores.

A disputa familiar e a saída de Alberto Safra

A redução de capital do Banco Safra está diretamente ligada à saída de Alberto Safra, um dos principais acionistas do banco, que decidiu se afastar das operações da instituição após a disputa familiar pela herança de seu pai, Joseph Safra. O falecimento de Joseph Safra em 2020, e a herança de US$ 23 bilhões deixada por ele, gerou uma série de disputas entre os membros da família, resultando em ações judiciais que envolvem a diluição das participações de Alberto em ativos estratégicos.

Alberto Safra moveu um processo contra sua mãe, Vicky Safra, e seus irmãos, Jacob e David Safra, no qual alegava que sua participação no Safra National Bank of New York havia sido indevidamente reduzida. Essa disputa levou à sua decisão de se afastar do Banco Safra, impactando diretamente na reestruturação do banco e na necessidade de ajustes financeiros para acomodar a sua saída.

Em julho de 2024, a família Safra anunciou um acordo para encerrar a disputa, embora os detalhes do acordo tenham sido mantidos em sigilo. Com o fim do litígio, Alberto Safra comprometeu-se a vender sua participação no banco, dando início ao processo de desinvestimento que culminou na redução de capital mencionada.

O processo de desinvestimento e a reorganização societária

O processo de desinvestimento de Alberto Safra no Banco Safra foi formalizado por meio de um contrato de compra e venda de ações celebrado em 19 de julho. Esse contrato estabeleceu que Alberto se comprometeria a vender sua participação na instituição, uma operação que estava sujeita a condições como a aprovação do Banco Central, da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e uma reorganização societária que envolveria a redução de capital.

Essa reorganização societária foi um passo fundamental para o banco adaptar sua estrutura ao novo cenário de acionariado e garantir que as operações seguissem de forma eficiente e alinhadas com os objetivos estratégicos do banco. O processo foi cuidadosamente planejado para evitar qualquer impacto negativo nas operações do banco, ao mesmo tempo que se adequava às novas realidades econômicas e societárias.

Declaração do Banco Safra

Em uma nota oficial, o Banco Safra reafirmou que está trabalhando para estruturar seu capital de maneira eficiente nos últimos anos, com foco em ajustes societários que garantam a continuidade de suas operações. Esses ajustes são fundamentais para a adaptação do banco às mudanças internas e externas e para o fortalecimento de sua posição no mercado.

Com o aumento de capital de R$ 2,7 bilhões, o Banco Safra se prepara para novas oportunidades de crescimento, além de garantir que a instituição esteja bem posicionada para enfrentar qualquer desafio econômico ou institucional. A organização está comprometida em preservar a confiança de seus clientes e investidores, mantendo-se como um dos principais bancos no Brasil.