Azul (AZUL4) enfrenta queda após divulgação de oferta de ações
A Azul (AZUL4) enfrentou uma queda de 25% após divulgar os resultados de sua oferta pública de ações.
Azul (AZUL4) enfrenta queda após divulgação de oferta de ações
A Azul (AZUL4) sofreu uma queda acentuada de 24,84% na última quinta-feira, 25 de abril, após a companhia divulgar os resultados de sua oferta pública de ações. A ação fechou o pregão a R$ 2,36, marcando um dos maiores recuos do índice. O anúncio, embora parte essencial da reestruturação da dívida da companhia, foi recebido com cautela pelo mercado, que esperava uma entrada maior de capital novo. Neste contexto, vamos analisar os detalhes da oferta e as razões por trás dessa reação negativa.
O que foi anunciado pela Azul?
No dia 23 de abril, a Azul confirmou o lançamento de sua oferta pública de 464.089.849 ações preferenciais ao preço de R$ 3,58 cada, resultando em uma captação de R$ 1,66 bilhão. Além disso, a oferta foi acrescida em 3% (aproximadamente 13,5 milhões de ações) para atender ao excesso de demanda.
A operação tem como objetivo não apenas arrecadar novos recursos, mas também permitir a equitização de parte das dívidas financeiras da companhia, com foco nas notas de cupom de 11,500% e 10,875% que vencem em 2029 e 2030. Esse processo visa a transformação de uma parcela do valor principal das notas em ações da empresa, o que é considerado uma estratégia importante para a reestruturação financeira da companhia.
Reação do mercado
Apesar da importância do anúncio para a reestruturação da dívida, o mercado reagiu de forma negativa. A visão da Genial Investimentos é clara: embora a operação seja um passo essencial na renegociação da Azul, o resultado da oferta ficou abaixo das expectativas, especialmente no que se refere à entrada de capital novo.
De acordo com analistas da Genial, a maior parte dos recursos captados veio da equitização de dívidas, especialmente dos títulos com vencimento em 2029 e 2030, e não da captação de novos investidores. A empresa não conseguiu atingir os cerca de US$ 200 milhões adicionais esperados, o que gerou incertezas sobre a conclusão da reestruturação e a solidez financeira da Azul.
A dúvida sobre a capacidade da companhia em reforçar sua liquidez e cumprir as etapas finais da reestruturação também contribuiu para a queda das ações.
Detalhes importantes sobre a emissão de ações e bônus de subscrição
Como parte da oferta, os investidores que adquirirem as ações preferenciais também receberão um bônus de subscrição para cada ação subscrita. No total, serão 13.517.180 bônus de subscrição. No entanto, uma parte significativa dos bônus – cerca de 450,5 milhões – será cancelada voluntariamente pelos titulares das dívidas financeiras da Azul.
Esses bônus poderão ser utilizados para a subscrição de novas ações, o que representa uma ferramenta importante para aumentar o capital da companhia. O processo de equitização, por meio da troca de parte das dívidas por ações, é uma das etapas-chave para a recuperação financeira da Azul.
Impacto no capital social da companhia
Após a emissão de ações, o capital social da Azul será aumentado para R$ 7,13 bilhões, com a divisão das ações entre 2,13 bilhões de ações ordinárias e 896 milhões de ações preferenciais, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal.
Esse aumento de capital é um reflexo direto do processo de reestruturação que a Azul está implementando para fortalecer sua estrutura de capital e garantir maior liquidez. Contudo, a frustração do mercado quanto à expectativa de capital novo se manteve um ponto sensível, considerando que a reestruturação depende significativamente dessa entrada de recursos.