A companhia aérea Azul (AZUL4) anunciou ao mercado nesta segunda-feira (28) que conseguiu fechar uma nova rodada de financiamento para ajudar na reestruturação de suas dívidas e melhorar a liquidez, o que deve impactar positivamente o caixa da empresa​.

Vale destacar que, há cerca de três semanas, a Azul anunciou que havia firmado um acordo com seus arrendadores (lessores) e fabricantes de equipamentos originais (OEMs).

Em comunicado enviado à CVM, a empresa informou a captação de novos recursos junto a credores, totalizando até US$ 500 milhões, cerca de R$ 2,85 bilhões na cotação atual.

Esses credores terão garantias prioritárias, com US$ 150 milhões sendo injetados na empresa ainda nesta semana e outros US$ 250 milhões previstos para antes do final do ano. Além disso, existe a possibilidade de desbloquear mais US$ 100 milhões, totalizando os US$ 500 milhões.

De acordo com a Azul, o objetivo é melhorar o fluxo de caixa da empresa em mais de US$ 150 milhões, reduzindo as obrigações com arrendadores e OEMs nos próximos 18 meses.

A companhia também mencionou um “esforço colaborativo” para buscar melhorias adicionais no fluxo de caixa, estimadas em aproximadamente US$ 100 milhões por ano.

Essas iniciativas são a estratégia da aérea para uma potencial conversão de até US$ 800 milhões em dívidas existentes, que possuem garantia secundária, em ações — o que proporcionaria uma economia anual de US$ 100 milhões em juros.

Sobre o acordo com os credores

Conforme os documentos do início de outubro, a Azul afirmou que os arrendadores e OEMs concordaram em converter suas dívidas com a companhia aérea em uma participação equivalente em ações da empresa.

Essa conversão totaliza aproximadamente R$ 3 bilhões, com os lessores e OEMs recebendo até 100 milhões de novas ações preferenciais AZUL4 — o que representa um preço de R$ 30 por ação, seis vezes maior do que o valor atual de mercado da Azul.

Os chamados credores apoiadores — ou seja, aqueles que estão auxiliando a empresa durante o processo de reestruturação e têm prioridade na hora de receber as dívidas — representam mais de 66,7% dos títulos com vencimento em 2028, além de mais de 66,7% dos títulos com garantia secundária, vencendo em 2029, e mais de 66,7% dos títulos com garantia secundária, vencendo em 2030. Eles também detêm 95,6% das debêntures conversíveis existentes.