A Petrobras anunciou um aumento significativo de 7,11% no preço da gasolina vendida às distribuidoras, elevando-o para R$ 3,01 por litro, o primeiro reajuste desde agosto do ano passado sob a gestão de Magda Chambriard, que assumiu a presidência em maio.

Este aumento marca uma mudança significativa na política de preços da Petrobras, refletindo as recentes pressões do mercado internacional de petróleo e câmbio. A decisão visa ajustar os valores praticados pela estatal brasileira para se alinhar mais de perto aos preços globais, que têm visto uma escalada nos últimos meses.

No entanto, refinarias privadas, responsáveis por 20% da capacidade nacional de refino, estão considerando medidas legais contra a Petrobras. Elas argumentam que a estatal não repassa integralmente as variações do petróleo e do dólar aos preços dos combustíveis, criando uma situação de concorrência desleal no mercado brasileiro.

Apesar do aumento anunciado, a defasagem dos preços praticados pela Petrobras em relação ao mercado internacional continua sendo um ponto crítico. Antes do reajuste, a Abicom, associação dos importadores, destacou uma diferença significativa, o que tem sido um ponto de preocupação para o setor.

A Refina Brasil, associação que engloba empresas como Acelen e Ream, critica a política de preços da Petrobras como anticompetitiva e potencialmente ilegal. Especialistas do setor também alertam que, apesar do aumento, os preços da gasolina ainda permanecem abaixo da paridade internacional, o que pode prejudicar a competitividade do mercado nacional.

Economistas, incluindo Pedro Rodrigues do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), reconhecem que o aumento é positivo para o caixa da Petrobras, porém, ressaltam que não resolve completamente a disparidade de preços. A falta de transparência na política de preços da estatal continua sendo uma preocupação, especialmente em relação ao diesel, que também se mantém abaixo dos valores internacionais.