A aprovação do presidente Javier Milei subiu para 47% em novembro, um aumento de 4 pontos percentuais em relação ao mês anterior, refletindo a melhora na economia da Argentina. A recuperação econômica e a queda da inflação têm sido fatores-chave para o crescente apoio ao presidente, que está completando seu primeiro ano no cargo. Além disso, a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA trouxe expectativas positivas para o governo argentino, que aposta no apoio internacional para avançar em suas negociações com o FMI.

O que está por trás da recuperação da popularidade de Milei?

Em novembro de 2024, a aprovação de Javier Milei aumentou de 43% para 47%, conforme a pesquisa LatAm Pulse, conduzida pela AtlasIntel para a Bloomberg News. Este crescimento ocorreu em um momento crucial: no fechamento do primeiro ano de Milei no cargo. A pesquisa revela que o apoio a seu governo voltou a superar as críticas, algo que não acontecia desde o início de outubro, quando o presidente enfrentou um protesto massivo contra seus cortes de gastos nas universidades públicas.

Como a economia da Argentina está influenciando a popularidade de Milei?

Nos últimos meses, a economia da Argentina tem mostrado sinais de recuperação, impulsionados por medidas de austeridade que, inicialmente, afetaram a popularidade de Milei. Em julho e agosto, a atividade econômica apresentou crescimento, e a inflação, que em dezembro de 2023 estava em 25,5%, caiu para 2,7% em outubro, seu menor nível em quase três anos. Isso reflete uma desaceleração no aumento dos preços, proporcionando um alívio para a população.

Além disso, os salários têm superado a inflação de forma constante desde abril, o que é um sinal positivo para os trabalhadores argentinos. A estabilização econômica, embora frágil, tem gerado otimismo no país, com muitos acreditando que as medidas implementadas estão começando a dar frutos.

Desafios persistentes e protestos contra cortes de gastos

Apesar da recuperação econômica, Milei não deixou de enfrentar desafios. Um dos maiores foi a reação dos estudantes e universidades públicas aos seus cortes de gastos. As universidades argentinas são um símbolo do sistema público e, com os cortes anunciados, o presidente enfrentou um dos maiores protestos nacionais desde o início de seu governo. Embora a popularidade de Milei tenha sido afetada, a recuperação dos indicadores econômicos ajudou a reverter parcialmente esse impacto.

A diminuição dos protestos e a estabilização dos setores mais sensíveis da economia indicam que, apesar das dificuldades, a gestão de Milei está começando a ser mais aceita pela população em geral, com exceção de setores específicos, como o dos graduados universitários, que continuam a ser uma oposição significativa.

O papel da vitória de Donald Trump nas expectativas econômicas da Argentina

Outro fator que ajudou a melhorar a visão dos argentinos sobre Milei foi a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. A pesquisa revelou que quase metade dos entrevistados acredita que a situação econômica da Argentina melhorará com Trump de volta à Casa Branca. Essa perspectiva otimista está ligada à esperança de um apoio mais forte dos EUA à Argentina, especialmente em relação à reestruturação da dívida externa e novas linhas de crédito.

Milei, um notório aliado de Trump, espera que essa relação estreita se traduza em um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A Argentina está buscando substituir seu empréstimo de US$ 44 bilhões do FMI, e o apoio de Trump e de outros aliados internacionais será crucial para garantir melhores condições para o país.