A aprovação do trabalho feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva melhorou, alcançando o maior patamar em 2024, de acordo com uma pesquisa de opinião da Quaest divulgada nesta quarta-feira (10).

Conforme o levantamento, realizado entre 5 e 8 de julho, o mandatário tem 54% de aprovação, quatro pontos percentuais a mais que o resultado da pesquisa anterior, feita em maio. Esse é o melhor número registrado em 7 meses.

Já a desaprovação do governo de Lula caiu de 47% para 43% desde maio, atingindo o nível mais baixo desde dezembro do ano passado. Outros 4% dos entrevistados optaram por não responder.

Além disso, oscilações positivas para Lula foram observadas em quase todas as segmentações da amostra. Os destaques incluem:

  • Mulheres: a aprovação aumentou de 54% para 57%
  • Pardos: a aprovação subiu de 54% para 59%
  • Pretos: a aprovação cresceu de 56% para 59%
  • Eleitores com idade entre 35 e 59 anos: a aprovação aumentou de 50% para 56%
  • Eleitores com nível de escolaridade até o Ensino Fundamental: a aprovação subiu de 60% para 65%
  • Eleitores com renda familiar mensal de até 2 salários mínimos: a aprovação cresceu de 62% para 69%

Entre as mulheres, a diferença entre aprovação e desaprovação continuou a crescer desde a pior marca em fevereiro, passando de 6 pontos percentuais (51% contra 45%) para 18 pontos percentuais (57% contra 39%). Além disso, é considerável o movimento entre os evangélicos, onde a desaprovação superava a aprovação em 27 pontos percentuais em fevereiro e agora a diferença é de 10 pontos.

Regionalmente, houve aumentos significativos na aprovação entre eleitores do Sudeste (de 42% para 48%), onde agora a aprovação empata com a desaprovação, e do Centro-Oeste e Norte (de 42% para 53%). Porém, neste último caso, as duas regiões são contabilizadas juntas devido à amostra reduzida.

Comparando as regiões, a Sul foi a única onde os índices de aprovação do presidente pioraram, caindo de 47% para 43%, mesmo ainda permanecendo acima do mínimo registrado em fevereiro (40%). Em contrapartida, o Nordeste manteve-se como a região de maior apoio a Lula, com 69% de aprovação e 28% de reprovação.

Sobre a avaliação geral do governo, as opiniões positivas cresceram de 33% para 36% em dois meses, atingindo a melhor marca desde dezembro de 2023. Já as avaliações negativas recuaram 3 pontos percentuais, para 30%, igualando-se ao percentual das avaliações regulares.

Em destaque, está a melhora entre eleitores com menor nível de escolaridade (de 45% para 50% entre aqueles com até o Ensino Fundamental), menor renda (de 44% para 48% entre aqueles com até 2 salários mínimos mensais) e cor parda (de 34% para 40%). Dessa maneira, esses três grupos representam, respectivamente, 36%, 30% e 45% da amostra, com a soma ultrapassando 100% devido a interseções.

Percepção sobre desempenho da economia

O estudo também capturou a percepção dos eleitores em relação ao desempenho da economia. Para 36% dos entrevistados, a economia piorou nos últimos 12 meses, uma oscilação negativa de 2 pontos percentuais em comparação com maio. Já os que veem melhora subiram de 27% para 28% no mesmo período.

Embora a percepção geral tenha permanecido estável, os dados segmentados mostram uma melhora expressiva na camada mais pobre da população. Entre eleitores com renda familiar mensal de até 2 salários mínimos, a avaliação de que a economia melhorou saltou de 33% para 37%, a melhor marca desde dezembro (39%). Já a percepção de piora diminuiu de 28% para 24%.

Também houve uma melhora marginal na percepção de poder de compra, com o grupo de eleitores que afirmam que ele é menor do que um ano atrás caindo de 67% para 63%. O entendimento sobre o preço dos combustíveis também melhorou, com 44% achando que ele subiu nos últimos 12 meses (em comparação com 48% em maio). Já a avaliação sobre o preço dos alimentos melhorou ligeiramente, com 70% apontando alta, contra 73% dois meses atrás.

Quanto às expectativas para os próximos 12 meses, 52% dos entrevistados acreditam em uma melhora, um aumento de 4 pontos percentuais em relação ao último levantamento e a melhor marca desde dezembro, quando esse grupo somou 55%. Os que esperam uma piora recuaram de 30% para 27% de maio para cá, enquanto aqueles que acreditam em poucas mudanças oscilaram de 19% para 18%. Outros 4% preferiram nãoresponder.

Além disso, a pesquisa da Quaest também perguntou sobre o conhecimento e nível de aprovação dos eleitores em relação a seis programas do atual governo. Entre os programas testados, o Farmácia Popular tem os níveis mais elevados de aprovação, com 86% de apoio.

Em seguida, aparece o Bolsa Família, que teve um crescimento de aprovação de 4 pontos percentuais, alcançando 80%. O programa Desenrola, que facilita a renegociação de dívidas dos brasileiros com descontos, ocupa a terceira posição, aprovado por 73%.

O programa com maior variação em conhecimento e aprovação foi o Pé de Meia, que oferece um incentivo financeiro para estudantes concluírem o Ensino Médio público. O conhecimento e aprovação desse programa saltaram 6 pontos percentuais, chegando a 60%. O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Programa Acredita têm os níveis mais elevados de desconhecimento entre os eleitores, com 51% e 56%, respectivamente.