Microsoft ultrapassa Apple (AAPL34) como empresa mais valiosa do mundo
A Apple (AAPL34) perdeu o título de empresa mais valiosa do mundo para a Microsoft, após uma queda de 23% nas ações provocada por novas tarifas impostas pelos EUA sobre produtos chineses.

A Apple (AAPL34) perdeu o posto de empresa mais valiosa do mundo para a Microsoft, após uma queda expressiva em suas ações influenciada por novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. O movimento ocorreu na última terça-feira (8), com os papéis da gigante de tecnologia registrando queda de 5% no pregão da Bolsa de Nova York. A capitalização de mercado da Apple caiu para US$ 2,59 trilhões, enquanto a Microsoft encerrou o dia valendo US$ 2,64 trilhões.
O cenário marca mais uma reviravolta na disputa entre as duas maiores companhias de tecnologia do planeta, que têm se alternado no topo do ranking nos últimos anos. No entanto, desta vez, a pressão do governo americano sobre a cadeia de suprimentos da Apple e as incertezas em torno do seu desempenho futuro foram determinantes para a perda da liderança.
Apple (AAPL34) sofre impacto com tarifas e produção concentrada na China
O principal gatilho para a derrocada recente da Apple foi o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas recíprocas a produtos oriundos da China. A medida afeta diretamente a Apple, que tem sua produção altamente concentrada no país asiático. Quase todos os iPhones e demais dispositivos da marca são fabricados em território chinês, o que expõe a empresa a custos significativamente mais altos em razão das novas tarifas.
Segundo estimativas do banco UBS, para compensar os custos adicionais impostos pelas tarifas, a Apple teria que elevar o preço dos iPhones em até 29% nos Estados Unidos — um reajuste que pode comprometer a demanda. Mesmo com o esforço da companhia para expandir a produção na Índia, os aparelhos fabricados por lá ainda teriam um aumento de 12% nos preços de varejo.
A administração Trump, por sua vez, pressiona empresas americanas a trazerem suas fábricas de volta ao país. A porta-voz do Executivo, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente acredita que a Apple “pode e deve fabricar seus iPhones nos EUA”, como forma de estimular a indústria nacional e reduzir a dependência chinesa.
Queda nas ações da Apple (AAPL34) leva analistas a rever projeções
A instabilidade do ambiente macroeconômico refletiu diretamente no mercado financeiro. Desde o anúncio das tarifas, as ações da Apple acumulam queda de 23%, reduzindo drasticamente o valor de mercado da empresa.
Analistas de grandes instituições revisaram suas projeções para os papéis da Apple. O Morgan Stanley reduziu o preço-alvo de US$ 252 para US$ 220, embora tenha mantido a recomendação de compra acima da média do setor (overweight). Já o KeyBanc Capital Markets adotou uma postura mais conservadora, diminuindo o preço-alvo de US$ 200 para US$ 170, com recomendação de venda (underweight) mantida.
De acordo com Erik Woodring, analista do Morgan Stanley, as tarifas impostas à China podem desbloquear o cenário mais pessimista para as ações da Apple, caso a empresa não consiga mitigar os efeitos do aumento de custos. Ainda assim, ele reconhece que a companhia possui estratégias em andamento, como a diversificação geográfica da produção e ajustes de preços para proteger suas margens.
Perspectivas de vendas também preocupam investidores
Outro fator que pressiona o desempenho da Apple (AAPL34) no curto prazo são as expectativas em relação às vendas de seus principais produtos. Segundo o analista Brandon Nispel, do KeyBanc, dados de rastreamento interno sugerem que a Apple não deverá atingir as metas de vendas de iPhones e iPads no trimestre encerrado em março. Apesar disso, a empresa pode compensar parte das perdas com resultados melhores que o esperado na linha de computadores Mac.
A combinação de tarifas, aumento nos custos de produção, pressão política e projeções de vendas em queda compõe um cenário desafiador para a Apple nos próximos meses. Enquanto isso, a Microsoft tem mostrado maior resiliência, com menor exposição à cadeia de produção internacional e foco crescente em serviços corporativos e nuvem — áreas menos vulneráveis a tensões comerciais.
Disputa entre gigantes de tecnologia deve continuar acirrada
Embora a Microsoft tenha assumido temporariamente o posto de empresa mais valiosa do mundo, a disputa pelo topo entre as gigantes da tecnologia promete seguir acirrada. Desde meados de 2024, a Apple vinha liderando o ranking, apesar das preocupações com os altos investimentos em inteligência artificial.