Oscar anuncia aposentadoria do futebol após exames cardíacos inconclusivos

O meia Oscar decidiu se aposentar do futebol após exames cardíacos inconclusivos indicarem risco de novos episódios de síncope durante esforços físicos.

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Última atualização:  12 de dez, 2025 às 17:48
Close-up do jogador de futebol Oscar (ex-seleção brasileira) durante um treino. Foto: Erico Leonan / São Paulo FC

A aposentadoria de Oscar vai se confirmar nos próximos dias, após o meia de 34 anos decidir encerrar sua trajetória no futebol profissional por causa de exames cardíacos inconclusivos. A decisão, tomada em dezembro e alinhada com familiares e médicos, ocorre no São Paulo, clube onde o jogador atuou neste ano e com o qual ainda tinha dois anos de contrato a cumprir. O caso se desenrolou desde outubro, quando uma crise súbita durante um teste físico colocou sua saúde em alerta e transformou completamente seu futuro.

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A informação de que Oscar deixaria os gramados não surgiu de forma repentina. Desde o episódio de 8 de outubro, quando desmaiou após um exame de esforço numa bicicleta ergométrica no CT do São Paulo, o clube passou a trabalhar com a possibilidade real de aposentadoria. Na ocasião, o meia chegou a ficar alguns segundos sem pulso, o que levou a um atendimento imediato e ao encaminhamento de ambulância para o Hospital Albert Einstein, onde permaneceu internado por cerca de uma semana.

Os primeiros exames não descartaram riscos e indicaram a necessidade de uma bateria mais profunda de avaliações. Mesmo assim, os resultados finais seguiram inconclusivos, incapazes de oferecer a segurança necessária para que ele continuasse atuando em um futebol cada vez mais intenso e fisicamente exigente.

Problemas cardíacos e pressão familiar pesaram na escolha

A saúde foi o principal fator, mas a decisão ganhou ainda mais peso com a pressão da família. Após o susto, parentes próximos reforçaram ao jogador que seguir competindo colocaria sua vida em risco. A aposentadoria de Oscar passou a ser vista como a opção mais responsável, mesmo com ainda dois anos de contrato restantes e um total de R$ 62 milhões a receber do São Paulo.

Segundo pessoas ligadas ao departamento médico, Oscar já havia apresentado uma pequena alteração cardíaca em janeiro, o que levou profissionais do Einstein a acompanhar mais de perto seus exames ao longo da temporada. Assim, quando sofreu a síncope vasovagal — perda temporária de consciência causada pela queda de pressão e ritmo cardíaco —, todo o histórico reforçou a necessidade de cautela.

Para a vida cotidiana, os médicos avaliam que os riscos são baixos. Mas para o esporte de alto rendimento, não existe margem para incertezas. E incerteza foi justamente o que os exames trouxeram.

Situação contratual e postura do São Paulo durante o processo

Durante todo o período, o São Paulo adotou postura considerada exemplar. O clube assegurou ao jogador que ele poderia realizar quantos exames fossem necessários, levando o tempo que precisasse, sem interrupção salarial. Em casos de aposentadoria por motivo médico, já havia sinalização interna de que nenhuma multa contratual seria cobrada — embora o acordo previsse penalidades em caso de rescisão comum.

Oscar recebia salário mensal de R$ 2,3 milhões, mas seu patrimônio bilionário, construído principalmente durante sua passagem pelo futebol chinês, afastou qualquer preocupação financeira. A decisão pela aposentadoria baseou-se exclusivamente em saúde e segurança, sem interferência econômica.

Aposentadoria de Oscar e queda de desempenho antes da decisão

Mesmo antes do episódio cardíaco, a aposentadoria de Oscar já não parecia um cenário tão distante dentro do clube. O meia não conseguia repetir o futebol de seus melhores anos e demonstrava dificuldade para manter intensidade física. Em 21 jogos disputados pelo São Paulo na temporada, marcou apenas dois gols e deu cinco assistências — números bem abaixo do esperado para um jogador de seu calibre.

Tanto Zubeldía quanto Hernán Crespo, que passaram pelo comando técnico ao longo do ano, demonstravam insatisfação com o desempenho. A falta de explosão, velocidade e dribles característicos de sua carreira chamava atenção. O próprio jogador reconhecia que não conseguia entregar o que desejava.

A combinação de queda técnica e riscos à saúde pavimentou o caminho para uma decisão serena, porém definitiva.

Caminho para o anúncio oficial e homenagem

Embora o anúncio oficial ainda não tenha sido publicado nas plataformas do São Paulo ou do jogador, fontes ligadas à diretoria confirmam que o comunicado está sendo preparado. A ideia é que Oscar receba uma homenagem formal, reconhecendo sua história iniciada nas categorias de base do clube, onde “nasceu” para o futebol.

A despedida, apesar de precoce, chega sem traumas internos. A compreensão coletiva sobre a gravidade da situação, somada ao respeito ao atleta, ajuda a encerrar a trajetória de forma digna e responsável.

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