Na quinta-feira (1°), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, revelou um plano para expandir as prisões de segurança máxima do país, Tocorón e Tocuyito, em resposta aos recentes protestos contra os resultados oficiais das eleições. Este anúncio marca uma escalada significativa na repressão às manifestações que têm abalado o país.

Nicolás Maduro anunciou que, nos próximos 15 dias, começará a ampliação das prisões de segurança máxima Tocorón e Tocuyito. A decisão surge como parte de uma estratégia para lidar com o grande número de detidos relacionados aos protestos que eclodiram após a divulgação dos resultados eleitorais controversos. A medida visa garantir espaço suficiente para todos os presos, que incluem tanto aqueles já capturados quanto os que estão previstos para serem detidos.

A expansão das prisões é um reflexo direto do aumento das tensões no país e da necessidade do governo de manter a ordem pública e a segurança nacional. A escolha das prisões de Tocorón e Tocuyito para essa ampliação é significativa, dado o seu status como instalações de alta segurança.

Desde o início dos protestos, mais de 1.200 pessoas foram presas, e há mandados de prisão em andamento para pelo menos outras 1.000 indivíduos. Maduro destacou que essas prisões são destinadas a pessoas acusadas de violência e vandalismo. A promessa do presidente é de capturar e encarcerar todos os envolvidos em ações que, segundo ele, ameaçaram a segurança pública e a estabilidade do país.

Maduro afirmou que o governo está determinado a responsabilizar todos os envolvidos nos atos de vandalismo e agressão. O número crescente de prisões reflete a intensificação das ações contra os manifestantes e a tentativa do governo de reverter a situação de crise.

Em seu discurso, Maduro fez sérias acusações contra países estrangeiros, incluindo Estados Unidos, Colômbia, Peru e Chile, alegando que esses países treinaram os manifestantes para realizar ataques coordenados. Segundo Maduro, o treinamento incluía ordens para atacar instalações críticas como hospitais, estações de metrô, postos policiais, e armazéns do programa de distribuição de cestas básicas CLAP.

Além da expansão das prisões, Maduro também garantiu que o governo está iniciando um plano de recuperação para os locais atacados e vandalizados. A prioridade é restaurar os ambulatórios e hospitais danificados durante os protestos. Esse plano de recuperação faz parte dos esforços do governo para devolver a normalidade às áreas afetadas e minimizar os impactos dos atos de violência.

O início desse plano é visto como uma tentativa do governo de demonstrar ação positiva e de restaurar a confiança pública, ao mesmo tempo em que continua a reprimir os protestos.

Durante um discurso transmitido pelo canal estatal VTV, Maduro fez versos sobre as prisões, recebendo aplausos de uma pequena multidão presente. O discurso foi uma oportunidade para o presidente reforçar sua determinação em lidar com os manifestantes e assegurar a punição para aqueles que, segundo ele, ameaçaram o povo e a ordem pública.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.