Americanas revela fraudes em suas demonstrações financeiras e responsabiliza ex-diretores
A Americanas (AMER3), que segue em processo de recuperação judicial, comunicou nesta terça-feira (13) que suas demonstrações financeiras vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior, segundo relatório preliminar de assessores jurídicos apresentado na véspera ao conselho de administração da varejista. De acordo com a revelação, foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos […]

A Americanas (AMER3), que segue em processo de recuperação judicial, comunicou nesta terça-feira (13) que suas demonstrações financeiras vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior, segundo relatório preliminar de assessores jurídicos apresentado na véspera ao conselho de administração da varejista.
De acordo com a revelação, foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores. Os lançamentos, feitos durante um significativo período, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022.
Além disso, a empresa afirmou que a diretoria anterior contratou uma série de financiamentos nos quais a companhia é devedora perante instituições financeiras, sem as devidas aprovações societárias, e que essas transações foram inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial da companhia de 30 de setembro de 2022, na conta fornecedores.
A Americanas informou que o impacto dos ajustes decorrentes das fraudes nos resultados da companhia ao longo do tempo ainda está sendo apurado, mas a expectativa da administração é de que o impacto nos resultados mais recentes seja significativo.
Envolvidos no caso Americanas são expostos
O relatório também aponta a participação na fraude do ex-CEO Miguel Gutierrez, dos ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e dos ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes.
Diante disso, o Conselho de Administração orientou a companhia e os assessores a apresentar o relatório a todas as autoridades competentes e avaliar as medidas visando ao ressarcimento dos danos causados pela fraude em suas demonstrações financeiras. A Americanas informou que pretende tomar todas as medidas necessárias para lidar com a situação e buscar a responsabilização dos envolvidos.