Ações de Petrobras e outras petroleiras caem após queda do preço do petróleo
As ações de Petrobras e outras petroleiras brasileiras, como Brava Energia e PRIO, enfrentam queda significativa nesta quarta-feira, com a desvalorização do petróleo no mercado global.

As ações de petroleiras brasileiras enfrentam fortes quedas nesta quarta-feira (5) na volta do Carnaval, refletindo a desaceleração do preço do petróleo. A baixa, que já atinge as ações de grandes nomes da B3, como Petrobras e Brava Energia, é resultado das preocupações com o aumento da produção da Opep+ e as tensões comerciais globais. Neste contexto, o petróleo WTI e Brent caem pelo terceiro dia consecutivo, ampliando a volatilidade no mercado de commodities.
Queda nas ações das petroleiras brasileiras
As petroleiras que operam na Bolsa de Valores brasileira estão experimentando uma forte desvalorização de suas ações nesta quarta-feira, com destaque para Petrobras, Brava Energia e PRIO. Por volta das 14h (horário de Brasília), as ações ordinárias (PETR3) da Petrobras apresentavam uma queda de 4,07%, cotadas a R$ 37,46, enquanto as preferenciais (PETR4) desvalorizavam 3,06%, a R$ 34,83. A Brava Energia (BRAV3), com um desempenho ainda mais negativo, viu suas ações caírem 6,22%, alcançando R$ 16,89.
Por outro lado, a PRIO (PRIO3) teve uma desvalorização de 1,62%, com suas ações sendo negociadas a R$ 37,55, mesmo após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) liberar a licença de perfuração para o campo de Wahoo, o que normalmente é um fator positivo para a empresa.
O petróleo em queda
O preço do petróleo é um dos principais motores da desvalorização das petroleiras no Brasil. O petróleo WTI recuou 4,29%, sendo negociado a US$ 65,33 o barril, enquanto o Brent caiu 3,67%, a US$ 68,43. Este é o terceiro dia consecutivo de queda nos preços do petróleo, refletindo a apreensão dos investidores em relação ao futuro da commodity.
A pressão sobre os preços do petróleo vem de vários fatores interligados, com destaque para as decisões da Opep+ e o impacto das tarifas comerciais globais. A organização anunciou um aumento de 138.000 barris por dia (bpd) na produção de petróleo a partir de abril. Esse aumento foi decidido na segunda-feira, representando a primeira elevação na produção desde 2022, e faz parte de um plano para desfazer os cortes de produção feitos ao longo da pandemia.
Esse incremento pode ser o primeiro passo para um aumento mais amplo na produção, já que a Opep+ planeja liberar gradualmente seus cortes de produção de quase 6 milhões de barris por dia (cerca de 6% da demanda global), o que preocupa os investidores quanto à superoferta de petróleo no mercado global.
Tensões comerciais e suas consequências
Outro fator que tem pressionado os preços do petróleo é o aumento das tensões comerciais globais, especialmente entre os Estados Unidos e outros grandes players da economia mundial. O governo de Donald Trump impôs tarifas comerciais sobre o Canadá, China e México, gerando uma série de retaliações por parte desses países.
Essa guerra comercial preocupa os mercados financeiros, pois muitos analistas temem que a desaceleração econômica global impacte diretamente a demanda por combustíveis e, consequentemente, os preços do petróleo. A China e o Canadá responderam rapidamente às tarifas dos EUA, enquanto o México ainda está analisando sua reação. Esse cenário de incerteza também tem reflexos diretos nas bolsas de valores, com o mercado global de energia sendo um dos mais sensíveis a essas disputas.
Estoques de petróleo nos EUA aumentam
A pressão sobre os preços do petróleo é reforçada pelos dados recentes sobre os estoques de petróleo nos Estados Unidos. O Departamento de Energia dos EUA (DoE) informou que os estoques de petróleo subiram 3,614 milhões de barris, alcançando 433,77 milhões de barris na semana passada. Esse aumento foi muito maior do que o esperado pelos analistas, que previam uma alta de apenas 200 mil barris.
Apesar disso, os estoques de gasolina tiveram uma diminuição de 1,433 milhões de barris, somando 246,83 milhões de barris, o que indicou um pequeno alívio. Já os estoques de destilados, como o diesel, caíram em 1,318 milhões de barris, somando 119,15 milhões de barris.