O golpe tá aí… cai quem quer?
Por Julia Gonzatto Até os espertos podem ser vítimas? A polícia de Hong Kong teve que lidar com um caso difícil no início desse mês. O que começou com funcionário sendo convocado, por e-mail, para uma reunião corporativa, terminou com um buraco de US$25 milhões no caixa da empresa. Mas vamos do início… Há algumas […]
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Por Julia Gonzatto
Até os espertos podem ser vítimas?
A polícia de Hong Kong teve que lidar com um caso difícil no início desse mês. O que começou com funcionário sendo convocado, por e-mail, para uma reunião corporativa, terminou com um buraco de US$25 milhões no caixa da empresa.
Mas vamos do início…
Há algumas semanas, um servidor do setor financeiro de uma multinacional foi convocado para uma videochamada com o Diretor Financeiro da filial da empresa no Reino Unido.
Apesar de no início a reunião ter parecido inusitada para o funcionário, que não estava acostumado a receber convites como esse, a preocupação logo foi sumindo quando o mesmo entrou na conferência e reconheceu todos os outros colaboradores presentes.
Mas se engana quem pensou que toda a equipe que participava da reunião estava envolvida no golpe.
O que foi descoberto depois é que as pessoas presentes na conferência estavam usando de uma tecnologia conhecia como deepfake para enganar o desavisado. Ou seja, todos os rostos que o funcionário via através das câmeras pertenciam a outras pessoas e foram gerados artificialmente por computadores.
Os deepfakes usam um software de inteligência artificial chamada “Aprendizagem Profunda” para gerar imagens falsas, com o intuito de enganar aquele assistindo ao vídeo. E, claro, assim como todas as tecnologias a nossa volta, os deepfakes também estão evoluindo em um passo extremamente rápido. O que antes era difícil de reproduzir em um computador padrão e exigia grande habilidade, hoje é uma ferramenta muito mais acessível.
Nesse caso específico, a utilização dessa AI levou o funcionário em Hong Kong a remeter um total de US$25,6 milhões – e só perceber a fraude tempos depois, quando decidiu confirmar a transferência com a sede da corporação.
Um relatório produzido pela Onfido, empresa de verificação de identidade, em 2023, revelou que fraudes envolvendo a manipulação de rostos com a tecnologia de deepfake cresceram 3.000% em relação ao ano anterior. E apesar da maioria desses casos serem de montagens “pouco sofisticadas” e fáceis de serem percebidas, ainda tiveram um número de casos significativos que conseguiu ser convincente a ponto de deixar vítimas.
A onda de golpes utilizando inteligências artificiais vem crescendo exponencialmente e policiais e órgãos de segurança ao redor de todo o mundo se movimentam para tentar driblar fraudes que usam do deepfake.
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