Noruega é o primeiro país a liberar a mineração no fundo do mar
Por Julia Gonzatto Under the Sea Permitir ou não a mineração no fundo do mar sempre foi uma decisão polêmica. Desde que o primeiro pedido formal foi feito à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, em nome da ilha de Nauru, a mineração comercial nos oceanos dividiu opiniões entre especialistas e governos de diferentes países. Empresas […]

Por Julia Gonzatto
Under the Sea
Permitir ou não a mineração no fundo do mar sempre foi uma decisão polêmica. Desde que o primeiro pedido formal foi feito à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, em nome da ilha de Nauru, a mineração comercial nos oceanos dividiu opiniões entre especialistas e governos de diferentes países.
Empresas da área afirmam que essas reservas marítimas podem ser ricas fontes de lítio, cobre, cobalto e níquel – todos metais necessários para projetos sustentáveis e de tecnologia limpa – e que poderiam ser encontradas em outras áreas ao redor do planeta, mas não de forma tão acessível.
O que deveria ser uma coisa boa, certo? Investir em tecnologias verdes é uma prioridade para muitos países no cenário atual. O problema é que os especialistas e cientistas ambientais não acreditam que o custo valha o benefício nesse caso.
Mas nem todas as reuniões, depoimentos de cientistas ambientais e petições oficiais, porém, foram o suficiente para impedir a Noruega de tomar a frente como o primeiro país a iniciar a prática no início desse ano.
E por que a prática pode ser vista como tão controversa?
O primeiro ponto de conflito diz respeito aos possíveis danos ambientais que a mineração marinha pode causar. As técnicas de exploração de minerais, além de afetarem o ambiente, podem prejudicar os organismos da região pela poluição sonora e luminosa, além da liberação de sedimentos, comprometendo a forma como esses serem marinhos vivem e interagem.
Para tentar alertar sobre esses danos devastadores, 120 membros da União Europeia se juntaram para tentar impedir o projeto de mineração escrevendo uma carta aberta direcionada ao parlamento norueguês. Indo contra a aparente resistência, o projeto de lei foi aprovado.
Apesar de ocupar quase 70% da superfície da Terra, os oceanos ainda são um mistério para nós. A famosa frase “Nós sabemos mais sobre a Lua do que o fundo do mar” tem um pezinho de verdade afinal.
Por isso, quando a ideia de começar a explorar as águas e todos os metais preciosos que preenchem seu solo surgiu, todas as atenções se voltaram à proposta – que começou a ser vista como uma nova corrida ao ouro.
É seguro dizer que a Noruega não é a única nação interessada nessa tipo de mineração. A Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos já emitiu mais de 30 contratos de exploração cedendo direitos a empresas que desejam pesquisar e explorar o oceano profundo – vindo de países como Japão, Reino Unido, Rússia e China.
Se essa atividade vai virar rotina e se transformar em mais uma fonte de renda para esses países, ainda não sabemos. Mas os cientistas têm opiniões fortes e não estão se calando quando a questão é a proteção do habitat oceânico. E é aquela história, né? Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
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