Obras roubadas da Mário de Andrade podem valer até R$ 1 milhão, apontam especialistas

As obras roubadas da Mário de Andrade, levadas durante um assalto à biblioteca no Centro de São Paulo, podem valer até R$ 1 milhão.

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10 de dez, 2025 às 06:30
Uma parede branca de galeria de arte com duas fileiras horizontais de quadros. Foto: Reprodução/Instagram

As obras roubadas da Mário de Andrade, levadas durante um assalto à Biblioteca Mário de Andrade no último domingo (7), podem atingir valor total próximo de R$ 1 milhão. A estimativa, feita por especialistas consultados após o crime, reforça a gravidade do caso, que mobiliza autoridades e acende um alerta sobre a segurança do patrimônio cultural brasileiro. O roubo envolveu gravuras dos artistas Candido Portinari e Henri Matisse, retiradas do local em plena manhã e em exposição pública, fato que elevou a repercussão nacional do episódio.

O caso aconteceu na manhã de domingo, por volta das 10h, quando dois homens armados entraram na Biblioteca Mário de Andrade, localizada no Centro de São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, os criminosos renderam os seguranças que faziam a vigilância da exposição “Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”. Após dominar os funcionários, recolheram as obras selecionadas e deixaram o local rapidamente.

Imagens do sistema municipal de monitoramento Smart Sampa registraram a fuga, permitindo às autoridades rastrear parte da movimentação dos suspeitos. A ação ocorreu justamente no último dia da exposição, quando o fluxo de visitantes e atividades internas era maior.

Investigações: prisão de suspeito e buscas em andamento

A corrida policial para recuperar as obras roubadas da Mário de Andrade avançou já no dia seguinte. Na segunda-feira (8), a Polícia Militar identificou e prendeu um dos envolvidos após analisar câmeras de segurança que registraram a movimentação dos suspeitos na região central. Apesar da prisão, o comparsa e as 13 gravuras ainda não foram localizados.

As buscas seguem em andamento, e a Prefeitura de São Paulo acionou a Interpol para incluir os itens no banco de dados internacional de obras de arte roubadas. A medida busca impedir que as peças saiam do país, prática comum em crimes envolvendo arte de alto valor.

Valores estimados: qual o prejuízo das obras roubadas da Mário de Andrade

As gravuras retiradas da biblioteca integram séries de dois artistas consagrados. De acordo com especialistas e avaliações baseadas no banco internacional Art Loss, a estimativa dos valores é a seguinte:

  • Henri Matisse – Série “Jazz”
    Oito gravuras avaliadas individualmente entre US$ 5 mil e US$ 15 mil, totalizando cerca de R$ 650 mil.
  • Candido Portinari – Ilustrações para “Menino de Engenho”
    Cinco desenhos avaliados entre US$ 2 mil e US$ 3 mil cada, somando cerca de R$ 80 mil.

O valor total, portanto, varia entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão. Alguns especialistas consideram essas estimativas conservadoras, já que variações de mercado, estado de conservação e relevância histórica podem elevar o preço real.

Impactos culturais e simbólicos do roubo

Além do prejuízo financeiro, pesquisadores e curadores alertam que a perda das obras roubadas da Mário de Andrade representa danos profundos ao patrimônio cultural. Segundo o curador Fabrício Reiner, esse tipo de crime não pode ser medido apenas pelo mercado de arte. Trata-se da subtração de bens públicos, retirados de forma violenta de um espaço cultural aberto à população.

A Secretaria Municipal de Cultura reforçou essa perspectiva, ressaltando que as peças possuem valor cultural, histórico e artístico inestimável. Em nota, a pasta afirmou que quantias em dinheiro não são suficientes para representar a importância do material roubado.

Medidas oficiais e segurança patrimonial

O MAM, parceiro da realização da mostra, informou que os valores do seguro das obras são sigilosos por contrato. Já a Prefeitura acrescentou que, além do acionamento da Interpol, diversas instituições culturais estão sendo orientadas a reforçar protocolos de segurança.

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