China não precisa dos chips da Nvidia para avançar na guerra da IA, afirmam especialistas

A China continua avançando em inteligência artificial sem depender dos chips da Nvidia.

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05 de dez, 2025 às 06:30
Imagem do prédio da NVIDIA com o logotipo visível, destaque para a fachada moderna e o símbolo verde característico da marca de tecnologia e inovação em hardware de vídeo. Foto: Justin Sullivan/Getty Images

A China não precisa dos chips da Nvidia para avançar na guerra da inteligência artificial (IA). Apesar das restrições impostas pelos Estados Unidos, especialistas afirmam que o país segue avançando em tecnologia de IA, utilizando alternativas de hardware e software, além de aproveitar vantagens estruturais e estratégicas que reduzem a dependência de chips avançados.

As tensões sobre a exportação de chips de IA da Nvidia para a China continuam sendo discutidas nos bastidores internacionais. Os EUA defendem que esses controles são necessários para limitar o desenvolvimento de sistemas militares chineses e manter a liderança americana em IA. No entanto, análises recentes indicam que a eficácia dessas medidas é questionável e que a China possui meios de contornar essas barreiras.

Saiba mais:

Especialistas destacam que chips avançados de IA, como os da Nvidia, são importantes principalmente para reduzir custos e melhorar eficiência energética. Porém, não são indispensáveis para desenvolver modelos competitivos de inteligência artificial.

A China tem investido em otimizações de software e algoritmos que diminuem significativamente a quantidade de chips necessária para treinar modelos de IA complexos. Modelos open source também permitem ao país utilizar código aberto e aproveitar recursos de forma mais eficiente, ampliando a autonomia tecnológica. Pesquisas recentes indicam que até mesmo aplicações consideradas de ponta podem ser substituídas por conjuntos de modelos menores, que podem ser operados em chips produzidos localmente, evitando dependência de hardware estrangeiro.

Essa abordagem abre caminho para avanços em setores estratégicos, como reconhecimento facial, análise de imagens médicas, veículos autônomos, robótica e segurança de redes. Em muitas dessas áreas, a China já demonstra competitividade global, mesmo sem acesso aos chips de última geração.

Vantagens estruturais fortalecem o avanço chinês em IA

Além do software, a China conta com vantagens significativas em engenharia, infraestrutura, dados e energia. Enquanto os EUA enfrentam limitações no fornecimento de energia para grandes data centers, a China amplia sua capacidade rapidamente, o que permite operar sistemas de IA de forma eficiente, mesmo com chips menos avançados.

Outro ponto crítico é o empacotamento e a interconexão dos chips, etapas essenciais para obter alto desempenho em sistemas de IA. Especialistas destacam que a China possui know-how avançado nessas áreas, o que potencializa a performance do hardware disponível.

Recentemente, a Huawei anunciou novos SuperClusters que, segundo a empresa, superam em poder de processamento qualquer sistema da Nvidia, mesmo sem utilizar chips de última geração. Essa estratégia reforça a capacidade da China de desenvolver e operar sistemas de IA competitivos sem depender totalmente de tecnologia estrangeira.

Impactos dos controles de chips e consequências econômicas

Os controles de exportação dos EUA, embora visem limitar a liderança tecnológica da China, tiveram efeitos adversos para o próprio país. Empresas americanas perderam um mercado relevante, enquanto a China acelerou investimentos em seu ecossistema doméstico de chips e IA, impulsionando orgulho nacional e autossuficiência tecnológica.

Além disso, os custos adicionais impostos pelos controles são absorvíveis pelo país, especialmente em tecnologias estratégicas e militares. A combinação de escala, força de manufatura e investimento contínuo permite que a China mantenha a competitividade global, mesmo com restrições externas.

O futuro da IA e a limitação dos modelos de ponta

Outro fator que reduz a dependência chinesa de chips avançados é a desaceleração nos ganhos de desempenho dos modelos de ponta. Estudos indicam que os avanços recentes estão atingindo retornos marginais decrescentes, sugerindo que modelos futuros podem exigir menos recursos e serem menos dependentes de hardware ultramoderno.

Isso significa que a liderança em IA pode ser alcançada não apenas com chips de última geração, mas também com estratégias de software, otimização de algoritmos e infraestrutura eficiente — áreas em que a China tem investido fortemente.

Inovação é o caminho para os EUA

Especialistas concluem que a estratégia de limitar o acesso da China a chips de IA é exagerada e pouco eficaz. Para manter a liderança global, os EUA devem focar em inovação, desenvolvimento de ecossistemas de IA, atração de talentos internacionais e fortalecimento de cadeias de suprimento.

Investimentos em energia, padrões internacionais e parcerias público-privadas são apontados como caminhos mais eficazes do que controles sobre chips. Ao priorizar aplicações empresariais e de alta complexidade, os EUA podem manter vantagem competitiva, enquanto a China continua avançando com suas próprias soluções, mesmo sem acesso irrestrito a chips de última geração.

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