JHSF vende estoque de R$ 4,7 bilhões e adota modelo asset light na incorporação
A JHSF anunciou a venda de R$ 4,7 bilhões em estoque pronto e em desenvolvimento, criando um veículo de investimentos que permitirá financiar incorporações com capital de terceiros.
Foto: Reprodução Instagram
A JHSF vende estoque pronto e em desenvolvimento no valor de R$ 4,7 bilhões, anunciando uma mudança significativa em seu modelo de incorporação imobiliária. A transação marca a maior operação desse tipo já realizada no Brasil e representa um reposicionamento estratégico da companhia, que busca otimizar seu capital e concentrar recursos próprios em negócios de renda recorrente.
A operação foi estruturada por meio de um veículo de investimentos que vai adquirir todo o estoque não vendido da empresa, incluindo empreendimentos de alto padrão localizados principalmente em São Paulo e no interior do Brasil. A captação do investimento já conta com garantia firme de instituições financeiras de primeira linha, que asseguram 100% da operação, com conclusão prevista até o final de 2025.
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Estoque envolvido e ativos da JHSF
Entre os empreendimentos que serão adquiridos pelo novo veículo estão projetos como Boa Vista Estates, Boa Vista Village, Reserva Cidade Jardim, São Paulo Surf Club Residences e Fazenda Santa Helena. A iniciativa permite que a JHSF mantenha todo seu landbank, que possui um VGV potencial de R$ 38 bilhões, garantindo que futuros projetos possam ser desenvolvidos com maior flexibilidade financeira.
Embora a operação não configure um spin off, ela posiciona a JHSF em um modelo asset light, no qual o desenvolvimento imobiliário passa a ser financiado majoritariamente por recursos de terceiros. Dessa forma, a companhia direciona seus fundos próprios para expansão de ativos de renda recorrente, como shoppings, hotéis Fasano, aeroporto Catarina e a gestora de ativos JHSF Capital.
Por que a JHSF está mudando seu modelo de negócios
A estratégia de vender estoque e adotar o modelo asset light tem como objetivo otimizar o balanço da companhia e reduzir riscos associados à incorporação, liberando caixa para investir nos negócios que apresentam crescimento mais consistente. No segundo trimestre, essas operações de renda recorrente representaram 74% da receita da JHSF, consolidando-se como a principal alavanca de crescimento da empresa nos últimos anos.
Além disso, a transação deve impactar positivamente a posição financeira da companhia. Antes da operação, a JHSF possuía dívida líquida de R$ 1,5 bilhão, equivalente a 1,7x EBITDA. Após o fechamento, a expectativa é que a empresa alcance um caixa líquido de R$ 3,2 bilhões, proporcionando maior capacidade de investimento e reforçando a confiança do mercado.
Perspectivas de mercado e valorização da empresa
Especialistas indicam que o movimento pode gerar uma reprecificação do valor de mercado da JHSF, hoje avaliada em R$ 3,8 bilhões, já que o mercado terá mais clareza sobre o valor intrínseco de cada negócio. Com a injeção de capital, a companhia passa a contar com uma estrutura de capital mais robusta, capaz de sustentar o crescimento de seus projetos e novos empreendimentos. Atualmente, a empresa negocia a cerca de 6x o lucro estimado para 2026, o que reflete o potencial de valorização diante da nova estratégia.
A mudança no modelo de negócios da JHSF também sinaliza uma tendência do setor imobiliário de alto padrão, em que empresas priorizam operações asset light para reduzir exposição a riscos de estoque e focar em ativos que geram receita recorrente, como shopping centers, hotéis e gestão de ativos.
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