Cheque ainda movimenta bilhões no Brasil mesmo com recorde histórico do Pix
Apesar do Pix bater recorde histórico de transações, o cheque continua relevante no Brasil, movimentando R$ 211 bilhões no 1º semestre de 2025.
Foto: Reprodução
Apesar do crescimento exponencial do Pix, o cheque ainda mantém relevância no Brasil, movimentando R$ 211 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025. Enquanto o sistema instantâneo de pagamentos registra números históricos, o cheque continua sendo uma alternativa confiável para transações de maior valor, principalmente no setor empresarial.
O que aconteceu: recorde do Pix e relevância do cheque
Na última sexta-feira (5), o Pix alcançou um feito histórico: 290 milhões de transações realizadas em um único dia, totalizando R$ 164,8 bilhões. Esse marco evidencia a modernização dos meios de pagamento no país e a rápida adesão da população a sistemas digitais. No entanto, os números da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que o cheque não desapareceu do cenário financeiro: foram cerca de 50 milhões de cheques compensados no primeiro semestre de 2025, movimentando R$ 211 bilhões.
O volume representa uma redução de 21,9% em comparação ao mesmo período de 2024, quando 64 milhões de cheques foram compensados, movimentando R$ 236 bilhões. Mesmo com essa queda, o cheque continua sendo utilizado para transações de maior valor, reforçando sua função estratégica no mercado financeiro brasileiro.
Aumento do valor médio por cheque
Embora o número de cheques emitidos tenha diminuído, o valor médio por operação subiu significativamente. Em 2024, cada cheque movimentava, em média, R$ 3.606; em 2025, esse valor saltou para R$ 4.118, um aumento de 14,2%. Esse comportamento indica que o cheque é cada vez mais utilizado em situações que demandam valores altos, como pagamentos empresariais ou negociações de fornecedores.
A tendência de uso de cheques de maior valor mostra que, mesmo com o avanço de métodos digitais como Pix e TED, algumas transações ainda dependem de instrumentos tradicionais para garantir segurança, prazo de pagamento e confiança entre as partes envolvidas.
Histórico do cheque no Brasil
O cheque teve seu auge em 1995, com aproximadamente 3,3 bilhões de unidades compensadas e movimentando cerca de R$ 2 trilhões — valor recorde para a época. Desde então, o uso do cheque caiu drasticamente: até o final de 2024, o volume de cheques compensados havia caído 95,87%.
Essa queda acentuada acompanha a digitalização dos pagamentos e a popularização de métodos instantâneos, como Pix e cartões de débito e crédito, que oferecem maior praticidade e rapidez. No entanto, o cheque mantém um nicho específico, atendendo demandas que nem sempre podem ser supridas pelas soluções digitais.
Quem ainda utiliza o cheque
Segundo Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços e Segurança da Febraban, o cheque continua presente principalmente no setor empresarial. Empresas utilizam o instrumento para parcelamentos e pagamentos a fornecedores, aproveitando prazos diferenciados e maior segurança nas transações. Estima-se que as empresas respondam por mais de 50% dos cheques emitidos.
Entre pessoas físicas, o cheque é utilizado em situações que exigem confiança entre cliente e lojista ou quando há necessidade de melhores condições de pagamento. Isso reforça o papel do cheque como ferramenta de negociação e planejamento financeiro, mesmo em uma era marcada pela digitalização dos serviços bancários.
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