Banrisul (BRSR6) 2T25: Lucro Líquido Salta com Recuperação de Crédito
O Banrisul (BRSR6) apresentou lucro líquido de R$ 378 milhões no 2T25, alta de +56,5% t/t e +52,7% a/a, impulsionado pelo crescimento das receitas de recuperação de crédito e redução das provisões.

O Banrisul BRSR6 2T25 registrou um lucro líquido de R$ 378 milhões no segundo trimestre de 2025, representando um crescimento expressivo de +56,5% em relação ao trimestre anterior e +52,7% na comparação anual. O resultado superou amplamente as expectativas do mercado e as estimativas internas do banco, refletindo principalmente o aumento das receitas de recuperação de crédito e a redução das provisões para devedores duvidosos. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) atingiu 14,4%, demonstrando melhoria operacional, embora ainda abaixo do custo de capital e dos principais pares do setor.
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Recuperação de Crédito e Queda das Provisões Impulsionam Lucro
O destaque do trimestre foi a queda significativa das provisões líquidas de devedores duvidosos (PDD), que recuaram -44,9% em relação ao trimestre anterior. Esse desempenho foi fortemente apoiado pelo crescimento de +113,7% nas receitas de recuperação de crédito, que atingiram R$ 104 milhões.
Segundo o banco, essa evolução reflete o redesenho das áreas de cobrança, focando em evitar que contratos migrem para o estágio 3 e reduzindo a necessidade de novas provisões. Como resultado, o índice de inadimplência acima de 90 dias permaneceu estável no trimestre e apresentou leve melhora de -0,1 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior. O índice de cobertura subiu para 244%, reforçando a solidez da carteira de crédito do Banrisul.
Carteira de Crédito Apresenta Crescimento Consistente
A carteira de crédito do Banrisul BRSR6 2T25 totalizou R$ 64,0 bilhões, com avanço de +0,9% em relação ao trimestre anterior e crescimento de +17,0% no comparativo anual. O Crédito Comercial, que representa a maior parte do portfólio, somou R$ 39,2 bilhões, com alta de +1,7% t/t e +15,1% a/a, beneficiando-se do desempenho tanto em Pessoa Física quanto em Pessoa Jurídica.
Na carteira de Pessoa Física, o total chegou a R$ 29,0 bilhões, impulsionado pelo avanço nas linhas de crédito pessoal (+6,3% t/t) e cartão de crédito rotativo/parcelado (+2,9% t/t). Já em Pessoa Jurídica, a carteira somou R$ 10,0 bilhões, alta de +5,8% t/t e +21,1% a/a, com destaque para crescimento de Conta Única (+10,7% t/t) e Capital de Giro (+5,3% t/t).
O crédito de longo prazo também apresentou forte tração, alcançando R$ 2,4 bilhões, com crescimento de +446% a/a. A carteira de câmbio avançou +5,0% t/t e +51,1% a/a, acompanhando o maior volume de operações no período. Por outro lado, o crédito rural recuou -2,4% t/t, refletindo menor apetite por risco no segmento agrícola diante de desafios climáticos e concentração de portfólio.
Receita Líquida de Juros Cresce com Mix Mais Rentável
A receita líquida de juros (NII) do Banrisul BRSR6 2T25 atingiu R$ 1,6 bilhão, com alta de +6,4% em relação ao trimestre anterior e +9,8% a/a. O crescimento foi sustentado pela expansão da carteira de crédito e pela melhora no mix de produtos, com maior participação de linhas de crédito pessoal, cheque especial e cartão de crédito rotativo.
Apesar do avanço, o crescimento anual da NII ainda é inferior ao da carteira de crédito, devido ao descasamento entre ativos pré-fixados e passivos pós-fixados, que torna o resultado mais sensível ao ciclo de alta de juros. Como estratégia, o banco tem ampliado a participação de crédito PJ, cuja remuneração está mais alinhada à Selic, melhorando a eficiência da estrutura de ativos e passivos.
Receita com Tarifas e Despesas Operacionais
No segundo trimestre, as receitas com tarifas somaram R$ 526 milhões, com leve alta de +0,8% t/t e +2,7% a/a. O crescimento foi puxado por Administração de Fundos (+10,2% t/t; +23,3% a/a) e Cartões de Crédito (+4,2% t/t). A expansão anual foi limitada pela reclassificação contábil promovida pela Resolução 4.966, que afetou o reconhecimento de determinadas receitas e despesas de crédito.
As despesas operacionais totalizaram R$ 1,7 bilhão, alta de +5,0% t/t e +1,2% a/a, puxadas principalmente pelo aumento de pessoal. Apesar disso, o índice de eficiência melhorou para 70,0%, refletindo controle de custos aliado ao crescimento das receitas.
Capital e Solvência Mantêm Níveis Confortáveis
O Banrisul BRSR6 2T25 segue com sólida estrutura de capital. O índice de capital principal atingiu 13,3% (+0,4 pp t/t) e o índice de Basileia alcançou 16,2% (+0,4 pp t/t; -2,3 pp a/a), ambos bem acima do mínimo regulatório, garantindo estabilidade financeira e capacidade de expansão do banco.
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