As ações da Raízen (RAIZ4) registram forte queda nesta quinta-feira (14), despencando 12,50% às 14h20 (horário de Brasília), cotadas a R$ 1,05 e se aproximando da casa dos centavos. No acumulado de 2025, os papéis já amargam perdas superiores a 50%.

Veja o gráfico que ilustra a queda:

Desempenho das ações RAIZ4 em 2025. Imagem: Google

O tombo veio após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre da safra 2025/26, com prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão, revertendo o lucro de R$ 1,1 bilhão obtido no mesmo período da safra anterior.

Por que as ações RAIZ4 estão em baixa?

O balanço trimestral da empresa revelou uma deterioração no desempenho operacional e um aumento expressivo da dívida. Segundo a XP Investimentos, o trimestre da Raizen foi marcado por:

  • Alta da alavancagem com substituição de contratos de fornecedores por dívida, elevando a relação dívida líquida/Ebitda para 4,5 vezes.
  • Ganhos de eficiência operacional considerados não recorrentes.
  • Clima adverso, que reduziu volumes de moagem e limitou a diluição de custos.
  • Perdas em estoques na distribuição de combustíveis no Brasil e parada de manutenção mais longa que o esperado na Argentina.

A dívida líquida da empresa saltou para R$ 49,2 bilhões, contra R$ 34 bilhões no trimestre anterior, pressionada pelo consumo de caixa e pelo encerramento de operações de financiamento a fornecedores.

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Vale a pena investir em RAIZ4 agora?

A XP vê melhora possível na distribuição de combustíveis nos próximos trimestres, mas alerta para ventos contrários no açúcar e necessidade de capitalização.

Já o Bradesco BBI revisou o preço-alvo para R$ 2,00 em 2026 (ante R$ 2,80 para 2025), incorporando custos e endividamento mais elevados.

O BTG Pactual manteve recomendação de compra, afirmando que qualquer avanço no fluxo de caixa livre pode destravar valorização relevante. Para o banco, a estratégia deve incluir ajuste no capex, redução no negócio de trading e desinvestimento em ativos não essenciais, mas um aumento de capital pode ser inevitável.

Contudo, o momento é de cautela. Apesar da avaliação positiva de algumas casas para o longo prazo, o curto prazo é marcado por:

  • Endividamento elevado (dívida líquida/Ebitda ajustado de 4,5x).
  • Custos pressionados por clima e paradas de manutenção.
  • Volatilidade nos preços do açúcar e do etanol.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.