Poupança previdenciária atinge R$ 1,7 trilhão em 2025
A poupança previdenciária privada no Brasil atingiu R$ 1,7 trilhão em maio de 2025, crescimento de 13% em relação ao ano anterior.
Foto: Freepik
A poupança previdenciária da sociedade brasileira atingiu o montante de R$ 1,7 trilhão em maio de 2025, conforme dados recentes divulgados pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). Esse valor representa 13,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e demonstra o crescimento expressivo do setor de previdência privada aberta no Brasil.
Crescimento e volume da poupança previdenciária em 2025
De acordo com o relatório da Fenaprevi, o valor acumulado em planos de previdência privada aberta alcançou R$ 1,7 trilhão em maio de 2025, um avanço de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor, que tem ganhado relevância na economia nacional, mostra o quanto a poupança previdenciária tem se consolidado como um instrumento importante para a formação de recursos para o futuro.
No entanto, apesar do crescimento no patrimônio acumulado, o volume de arrecadação entre janeiro e maio deste ano apresentou uma queda de 8,5%, totalizando R$ 73,5 bilhões. Paralelamente, os resgates cresceram 17,4%, atingindo R$ 64,1 bilhões. Dessa forma, a captação líquida — que corresponde à diferença entre os aportes feitos e os resgates realizados — ficou em R$ 9,4 bilhões.
Esses dados indicam que, embora o patrimônio continue a crescer, há um aumento nos saques, o que pode ser reflexo de mudanças no comportamento dos investidores ou de necessidades financeiras imediatas.
Perfil dos participantes e tipos de planos de previdência privada
Mais de 11,2 milhões de brasileiros possuem pelo menos um plano de previdência privada aberta, o que corresponde a cerca de 7% da população adulta do país. Esses participantes detêm aproximadamente 14 milhões de planos, mas apenas 78 mil deles estão na fase de recebimento dos benefícios, o que evidencia que o setor ainda está em fase de acumulação de recursos.
Entre as modalidades de planos, o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é a mais popular, representando 63% do total, com cerca de 8,5 milhões de planos ativos. Já o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) detém 23%, com 3,1 milhões de participantes. Os planos tradicionais representam os 15% restantes, somando aproximadamente 2 milhões de contratos.
No que diz respeito à arrecadação, a maior parte dos recursos captados entre janeiro e maio de 2025, cerca de 92,2%, foi destinada aos planos VGBL, enquanto os PGBL receberam 6,3% e os tradicionais 1,5%.
Diferenças entre PGBL e VGBL: entenda as características e benefícios
A poupança previdenciária privada se apresenta em diferentes modalidades, sendo o PGBL e o VGBL as mais comuns no mercado brasileiro, cada uma indicada para perfis específicos de investidores.
O PGBL é recomendado para quem declara o Imposto de Renda no modelo completo, pois permite que o valor investido seja deduzido em até 12% da renda bruta tributável anual, trazendo benefícios fiscais durante o período de acumulação.
Já o VGBL é voltado para pessoas que são isentas de Imposto de Renda ou utilizam o modelo simplificado de declaração. Nesse caso, não há dedução fiscal no aporte, mas o imposto incide apenas sobre os rendimentos na hora do resgate, e não sobre o total acumulado.
Essa diferenciação torna a poupança previdenciária acessível a diversos perfis, estimulando a inclusão financeira e o planejamento de longo prazo para a aposentadoria.
Cobrança de IOF no VGBL e possíveis impactos no setor
Um ponto recente de atenção para o setor da poupança previdenciária foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no VGBL. Em 2025, um decreto presidencial havia aumentado a alíquota do IOF para aportes mensais acima de R$ 300 mil, medida que seria ampliada para R$ 600 mil em 2026.
Porém, o ministro Alexandre de Moraes manteve a alíquota de 5% para esses aportes, reafirmando a cobrança nas condições atuais. Essa decisão pode modificar o comportamento dos investidores de alta renda, que são os mais afetados por esse tributo.
Em nota, a CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) e a Fenaprevi manifestaram discordância com a cobrança do IOF, argumentando que ela cria uma assimetria entre os produtos e desestimula a formação de poupança de longo prazo — algo essencial em um país que enfrenta um envelhecimento acelerado da população.
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