Ações de metais sobem até 7% na semana com otimismo pela China e alta do minério de ferro
As ações de metais brasileiras registraram valorização de até 7% nesta semana, impulsionadas pela alta do minério de ferro e pela expectativa de intervenção do governo chinês no setor siderúrgico.
Ações de metais sobem até 7% na semana com otimismo pela China e alta do minério de ferro
As ações de metais brasileiros tiveram forte valorização nesta semana, impulsionadas pela alta consecutiva do minério de ferro e pela expectativa de intervenções do governo chinês para estabilizar o setor siderúrgico. O avanço nos preços internacionais do minério e a possível reestruturação da oferta na China, principal consumidora mundial, deram suporte às companhias de mineração e siderurgia listadas na B3.
Forte valorização das ações de metais no mercado brasileiro
Nesta última semana, o mercado brasileiro acompanhou uma recuperação expressiva das ações ligadas ao setor de metais, como mineração e siderurgia. Empresas como Usiminas (USIM5), Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Gerdau (GGBR4), Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3) registraram altas significativas, com algumas chegando a subir até 7%.
Destaque para Usiminas, que liderou os ganhos com valorização de 7,23% no acumulado da semana, seguida por Metalúrgica Gerdau, que subiu 6,83%. Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, também teve uma recuperação importante, com alta de 4,30%. O movimento acompanha um cenário global mais construtivo, onde os investidores esperam uma possível intervenção governamental na China para conter a guerra de preços no setor siderúrgico.
O Ibovespa (IBOV), principal índice da Bolsa brasileira, refletiu esse otimismo geral e atingiu máxima histórica ao ultrapassar os 141 mil pontos, impulsionado principalmente pela performance das ações de metais.
Minério de ferro registra segunda alta consecutiva na China
No mercado internacional, o minério de ferro negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, fechou a semana em alta, acumulando um ganho de 3,08% — a segunda semana consecutiva de valorização. O contrato mais negociado para setembro terminou cotado a 732,5 iuanes por tonelada, cerca de US$ 102,25.
Em Cingapura, outro importante mercado para a commodity, o minério para agosto teve uma leve queda no fechamento da sexta-feira (-0,3%), mas ainda acumulou alta semanal de 1,93%, sustentando o movimento positivo.
Essa alta do minério de ferro é crucial para as ações de metais no Brasil, já que o preço da commodity impacta diretamente a rentabilidade das mineradoras e siderúrgicas brasileiras.
Expectativa de intervenção chinesa na guerra de preços entre siderúrgicas
Um dos principais fatores que sustentam a alta do minério de ferro e, consequentemente, das ações de metais, é a sinalização do governo chinês para intervir no setor siderúrgico. A Comissão Central de Assuntos Financeiros e Econômicos da China recomendou medidas para combater a concorrência predatória entre as siderúrgicas do país.
Essa possível reestruturação da oferta pode evitar uma queda excessiva dos preços do aço, melhorando as margens das empresas produtoras e garantindo a demanda por minério de ferro de alta qualidade. Tal movimento é visto pelos investidores como um fator positivo para as empresas brasileiras exportadoras, especialmente em um momento em que a China é o maior comprador mundial de minério.
Estoques portuários em queda ajudam a sustentar preços
Outro indicador que reforça a valorização do minério é a redução dos estoques nos portos chineses. De acordo com a consultoria SteelHome, os estoques caíram 0,15% na semana, atingindo 133,4 milhões de toneladas.
Essa diminuição nos estoques indica um equilíbrio maior entre oferta e demanda, contribuindo para a manutenção dos preços e a recuperação das ações de metais.
Sinais de enfraquecimento da demanda e desafios ambientais
Apesar do otimismo, alguns sinais de enfraquecimento da demanda na China limitam o potencial de alta no curto prazo. A produção média diária de ferro gusa, indicador importante da atividade das siderúrgicas, caiu 0,6% na semana, chegando a 2,41 milhões de toneladas — o menor nível desde abril.
Essa queda está associada a restrições ambientais na cidade de Tangshan, um dos principais polos siderúrgicos chineses, que vem limitando a produção para cumprir metas ambientais.
Esse cenário reforça as incertezas sobre a evolução da demanda, mas o mercado ainda precifica uma possível reestruturação da oferta que poderá equilibrar o setor a médio prazo.