A expectativa por dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4) voltou a crescer entre analistas e investidores. Após meses de incertezas, diversos fatores — desde o aumento no preço do petróleo até pressões do governo federal — reacenderam as projeções de que a estatal poderá distribuir proventos extras ainda neste ano.

Cresce a expectativa de dividendos extraordinários da Petrobras

O cenário para dividendos extraordinários da Petrobras passou por uma reviravolta recente. Antes, os riscos geopolíticos e os impactos na demanda global por petróleo, especialmente ligados à política econômica dos Estados Unidos, eram vistos como entraves ao pagamento de proventos adicionais. No entanto, o panorama mudou rapidamente com novos acontecimentos no cenário internacional e declarações estratégicas por parte do governo brasileiro.

A possibilidade de distribuição de dividendos turbinados em 2025 se fortaleceu, em especial após a valorização do petróleo causada pela escalada de tensões entre Irã e Israel, que elevou a cotação da commodity de cerca de US$ 60 para US$ 80 por barril. Esse movimento reforça a geração de caixa da companhia, essencial para liberar recursos destinados aos acionistas.

Governo brasileiro pressiona estatais por repasses extras

Além do cenário externo, há uma movimentação clara dentro do governo federal para estimular a distribuição de lucros pelas estatais. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou neste mês que o Executivo trabalha com a expectativa de receber dividendos extraordinários de empresas públicas, incluindo a Petrobras, como parte da estratégia para cumprir a meta fiscal de 2025.

Essa sinalização política tem impacto direto na gestão da petroleira. A estatal é uma das principais fontes de receita para a União, e a distribuição de proventos ajuda a melhorar o resultado primário do governo. Portanto, mesmo com a política de investimentos em vigor, a pressão para liberar recursos aos cofres públicos se intensificou.

Presidente da Petrobras admite esforço por dividendos

Na última semana, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comentou que a companhia fará um “grande esforço” para pagar dividendos extraordinários neste ano. No entanto, ela ponderou que essa decisão está atrelada ao comportamento do mercado internacional de petróleo, especialmente à estabilidade da faixa de preço entre US$ 70 e US$ 80.

A fala da executiva mostra que, mesmo com o planejamento de longo prazo da empresa, o pagamento de proventos além do ordinário continua como prioridade, sobretudo se houver espaço no caixa para isso.

Analistas veem caminho claro para pagamento de dividendos extraordinários

A visão do mercado é clara. Para o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, “a trajetória já está dada”. Em sua avaliação, o governo tem interesse direto no repasse e a estatal apresenta condições financeiras favoráveis. Ele ainda destacou o potencial de valorização das ações da empresa, considerando o contexto geopolítico e a possível antecipação de um “rali eleitoral”.

Analistas do Bradesco BBI e da Ágora Investimentos, como Vicente Falanga e Ricardo França, reforçam essa percepção. Segundo eles, a fala da CEO da Petrobras confirma que a distribuição de dividendos extraordinários está entre as prioridades estratégicas de alocação de capital da empresa.

Mudança de rumo: de projeções negativas ao otimismo

Vale lembrar que, em abril deste ano, o próprio Bradesco BBI havia retirado de suas projeções um pagamento extraordinário estimado em US$ 2 bilhões, diante da perspectiva de um cenário mais conservador. Agora, com os novos acontecimentos, a leitura do mercado foi revisada e tende a ser mais positiva — especialmente se o preço do barril continuar elevado nos próximos meses.