Ibovespa supera os 135 mil pontos pela primeira vez desde setembro
O Ibovespa superou a marca dos 135 mil pontos pela primeira vez desde setembro de 2024, com um fechamento de 135.015,89 pontos, marcando uma alta de 0,21%.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, superou a marca dos 135 mil pontos nesta segunda-feira, 28 de abril, alcançando 135.015,89 pontos, com uma leve alta de 0,21%. Este é o maior fechamento desde 5 de setembro de 2024, quando o índice fechou em 136.502,49 pontos. Este resultado marca a sexta alta consecutiva do índice, um feito que não ocorria desde março de 2024. A valorização, embora modesta, reflete o bom desempenho do mercado financeiro nacional, que se manteve otimista em meio a um cenário global instável e de incertezas econômicas.
Desempenho do Ibovespa e o cenário internacional
O que levou o Ibovespa a alcançar essa marca histórica? Apesar dos ganhos modestos de apenas 276,61 pontos, o índice ainda assim registrou uma vitória importante, refletindo uma tendência positiva no mercado brasileiro. A alta foi impulsionada principalmente pelo desempenho de setores específicos, como o de commodities, e pela continuidade de um ciclo de recuperação econômica.
Enquanto o índice brasileiro fechava em alta, o cenário internacional se mantinha volátil. Nos Estados Unidos, os principais índices tiveram um desempenho misto, com cautela predominando entre os investidores. A expectativa sobre a divulgação de dados importantes, como o PIB do primeiro trimestre de 2025, que será anunciado na quarta-feira, e o relatório de emprego (JOLTs e Payroll) da próxima sexta-feira, causaram certa apreensão.
Além disso, as tensões comerciais entre os EUA e a China continuam a ser um tema central no mercado global. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mencionou que o governo norte-americano está mantendo “negócios personalizados” com vários parceiros comerciais, embora sem uma resolução concreta sobre o impasse com a China. Este fator tem gerado incertezas sobre os rumos da economia global, afetando diretamente os mercados financeiros e as relações comerciais internacionais.
A influência dos indicadores econômicos no mercado brasileiro
Embora o cenário externo tenha influência sobre o comportamento do mercado brasileiro, os dados econômicos internos também desempenham um papel crucial. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez declarações positivas sobre o futuro da economia do Brasil, destacando a importância do crescimento sustentado por investimentos privados, ao invés de depender excessivamente de estímulos fiscais. Esse posicionamento é respaldado por uma expectativa de inflação em queda, conforme apontado no último Boletim Focus.
Contudo, nem todas as notícias foram favoráveis. O Brasil registrou um déficit em transações correntes de US$ 2,245 bilhões em março, somando um total de 3,21% do PIB nos últimos 12 meses. Além disso, o Índice de Confiança da Indústria, medido pela FGV, recuou 0,4 ponto em abril, o que indica uma certa cautela no setor produtivo. Esses indicadores, embora não alarmantes, ajudam a moderar as expectativas de crescimento no curto prazo.
Movimentações de ações no Ibovespa
Dentro do mercado de ações brasileiro, o destaque foi para a mineradora Vale (VALE3), que registrou alta de 0,35%, impulsionada pela valorização de commodities, especialmente o minério de ferro. Esse desempenho positivo foi suficiente para ajudar o Ibovespa a registrar ganhos, mesmo em um cenário global de volatilidade.
Por outro lado, as ações da Petrobras (PETR4) sofreram uma leve queda de 0,39%, acompanhando a baixa dos preços internacionais do petróleo. No entanto, esse movimento foi mais acentuado entre as chamadas “petrojuniores”, como PRIO3 e PetroReconcavo (RECV3), que caíram respectivamente 3,07% e 3,17%. Esse desempenho reflete a contínua instabilidade no mercado de energia, que tem sido afetado tanto por questões geopolíticas quanto pela dinâmica de oferta e demanda global.
No setor bancário, o destaque ficou para o Itaú Unibanco (ITUB4), que subiu 1,07%. Já o Bradesco (BBDC4) registrou uma leve queda de 0,22%. Esse movimento está em linha com a recuperação moderada do setor financeiro, que tem se beneficiado da estabilização das taxas de juros no Brasil.
Setor de varejo
O setor de varejo apresentou um comportamento misto. As Lojas Renner (LREN3) registraram uma expressiva alta de 3,32%, após a XP Investimentos elevar sua recomendação para “compra”. Por outro lado, a Magazine Luiza (MGLU3) foi a grande perdedora do dia, com uma queda de 1,43%, refletindo uma revisão negativa das expectativas para o setor.
O movimento nas ações dessas empresas indica um descompasso dentro do setor de varejo, com algumas companhias mostrando sinais de recuperação, enquanto outras continuam a enfrentar desafios internos e externos, especialmente em um cenário de inflação moderada e um consumo cauteloso.
Azul: ações oscilam, mas fecham estáveis
O destaque negativo no mercado foi para as ações da Azul (AZUL4), que fecharam estáveis após um dia de fortes oscilações. As ações chegaram a cair mais de 10% no início do pregão, mas conseguiram se recuperar parcialmente, encerrando o dia sem variação. Esse movimento segue uma tendência de volatilidade nas ações da companhia aérea, que tem sido impactada pela instabilidade no setor de aviação e pelo alto custo do combustível, que permanece como um desafio para o setor.
Maiores altas do índice Ibovespa hoje (28)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
AMOB3 | +8.33% | R$ 0,26 |
LREN3 | +3.32% | R$ 14,30 |
YDUQ3 | +3.11% | R$ 14,60 |
PETZ3 | +2.65% | R$ 4,65 |
CYRE3 | +2.45% | R$ 25,06 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (28)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
IRBR3 | -5.37% | R$ 45,50 |
BEEF3 | -4.98% | R$ 7,44 |
HYPE3 | -3.95% | R$ 23,08 |
MRFG3 | -3.89% | R$ 21,96 |
RECV3 | -3.61% | R$ 13,07 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 135.016 | +277 | +0,21% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,6545 | -0,0288 | -0,51% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.528,73 | +3,52 | +0,06% |
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