Lula critica preços de combustíveis e defende venda direta da Petrobras para combater intermediários
Durante um evento em Angra dos Reis, o presidente Lula criticou a alta dos preços de combustíveis no Brasil, acusando os intermediários de explorar a população.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente a cadeia de distribuição de combustíveis, afirmando que a população brasileira é “assaltada” pelos intermediários. Durante um evento realizado em Angra dos Reis (RJ) no dia 17 de fevereiro de 2025, Lula destacou a grande discrepância entre os preços praticados pela Petrobras (PETR4) e aqueles pagos pelos consumidores nas bombas, sugerindo que a solução seria a venda direta de combustíveis pela estatal para grandes consumidores. O presidente ainda acusou os intermediários de serem os principais responsáveis pela elevação dos preços, enquanto o governo acaba sendo culpado pelas altas tarifas.
Em sua fala, o presidente ressaltou que o preço da gasolina, por exemplo, sai da Petrobras a R$ 3,04, mas chega ao consumidor por cerca de R$ 6,49, ou seja, mais do que o dobro do valor pago pela estatal. Da mesma forma, o diesel, que sai de suas refinarias por R$ 3,77, é comercializado por até R$ 6,20 nos postos de combustíveis. Lula destacou ainda que o preço do botijão de gás de 13kg, que tem seu custo inicial de R$ 35 pela Petrobras, chega ao consumidor final a um valor muito mais alto.
Preço justo ou exploração?
A crítica do presidente foi direcionada à estrutura de intermediários que, segundo ele, são responsáveis por esses altos preços. “O povo não sabe que o combustível sai da Petrobras a um preço bem mais baixo e é vendido a preços exorbitantes pelos intermediários”, afirmou Lula. Ele explicou que a verdadeira culpa do aumento nos preços é atribuída ao governo pela população, sem que as pessoas saibam que as margens de lucro dos intermediários, além dos impostos estaduais, são fatores importantes que pesam no preço final.
Venda direta pela Petrobras
Lula sugeriu que a Petrobras começasse a vender gasolina, diesel e gás diretamente para grandes consumidores, eliminando os intermediários e, assim, reduzindo os preços cobrados ao consumidor final. Ele comentou que seria necessário esclarecer à população como o sistema de distribuição de combustíveis realmente funciona, para que as críticas sejam direcionadas corretamente aos responsáveis. “O povo precisa saber quem xingar na hora que o preço aumentar, para saber quem são os verdadeiros culpados”, afirmou.
Impostos e liberdade de preços
Lula também abordou a questão dos impostos, especialmente o ICMS, que é cobrado pelos estados sobre os combustíveis. Ele explicou que, embora a Petrobras possa definir os preços de venda, os estados têm autonomia para ajustar os valores de ICMS, o que acaba impactando diretamente no valor final pago pelo consumidor. Essa liberdade dos estados para definir o ICMS foi destacada pelo presidente como um dos fatores que dificultam o controle efetivo sobre os preços no país.
Preocupações com a privatização da Petrobras
Em sua fala, o presidente Lula também alertou sobre as tentativas de privatização da Petrobras. Ele afirmou que, toda vez que o povo faz uma escolha errada nas urnas, o risco de privatização da empresa aumenta. “A privatização da Petrobras é uma ameaça constante sempre que o povo votar errado. E é fundamental que as pessoas defendam a Petrobras como um patrimônio nacional”, enfatizou Lula.
Defesa da Petrobras e conteúdo nacional
Por fim, o presidente defendeu a Petrobras como uma das empresas mais eficientes do Brasil e garantiu que o governo continuará priorizando o conteúdo nacional na aquisição de equipamentos pela estatal. Lula mencionou que a Petrobras deve seguir investindo na construção de navios, sondas e plataformas no país, contribuindo para a geração de empregos e o fortalecimento da indústria nacional. “Vamos continuar construindo aqui, vamos continuar gerando empregos e investindo no Brasil”, afirmou.