Indústria da zona do euro enfrenta acentuada contração em novembro, aponta PMI
Em novembro, a indústria da zona do euro enfrentou uma retração acentuada, com o PMI caindo para 45,2, indicando uma contração contínua no setor.
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A atividade industrial da zona do euro registrou uma retração acentuada em novembro, segundo os dados mais recentes do Índice Gerentes de Compras (PMI), com a queda para 45,2, um número que continua a se distanciar da marca de 50 que indica crescimento. Essa contração prolongada do setor industrial da região não dá sinais de recuperação, o que coloca em dúvida as perspectivas de recuperação econômica a curto prazo. A desaceleração atinge todos os principais países da zona do euro, e a situação pode piorar devido a desafios externos, como propostas de tarifas dos Estados Unidos.
Em novembro, o PMI final do setor industrial da zona do euro caiu para 45,2, o que indica uma forte contração na atividade. Esse índice já havia mostrado sinais de fraqueza em outubro, quando estava em 46,0, e continua abaixo de 50 desde meados de 2022. O PMI é uma ferramenta amplamente usada para medir a saúde do setor, e sua queda abaixo de 50 é um reflexo de um cenário econômico desafiador.
A diminuição no volume de novos pedidos foi um dos principais fatores para essa retração. A desaceleração não se limita a um único país, mas é generalizada, afetando tanto a Alemanha, a maior economia da zona do euro, quanto a França e a Itália. A produção industrial também sofreu uma queda acentuada, com o índice de produção diminuindo de 45,8 para 45,1.
Os desafios da zona do euro: a demanda em queda e o impacto no emprego
A queda na demanda foi um dos maiores impulsionadores da desaceleração da indústria. Fabricantes tentaram reduzir preços para estimular a demanda, mas o efeito foi limitado, resultando em uma diminuição nas encomendas. O impacto desse cenário foi claramente visível no mercado de trabalho, já que o índice de emprego caiu para 45,2, o valor mais baixo desde agosto de 2020. Este número indica que as empresas estão reduzindo o número de funcionários a uma taxa não vista desde a pandemia de Covid-19.
A retração no setor industrial é um reflexo de uma série de fatores, incluindo a diminuição na demanda interna e externa. Além disso, com a desaceleração econômica em curso, as empresas estão em um momento de contenção de custos, incluindo a redução de postos de trabalho. Esse contexto tem sido preocupante, pois a indústria é um motor chave da economia da zona do euro, e o enfraquecimento desse setor pode prolongar a recessão.
A perspectiva da demanda externa: como o comércio com os EUA pode agravar a situação
A demanda externa também registrou uma queda, o que piora ainda mais as perspectivas para o setor. A diminuição nas exportações da zona do euro para outros mercados é particularmente preocupante, especialmente com a possibilidade de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, propôs uma tarifa de 10% sobre todas as importações, o que tornaria os produtos europeus mais caros e, consequentemente, menos competitivos no mercado americano.
A ameaça de tarifas adicionais coloca um obstáculo significativo para a recuperação da indústria da zona do euro, pois o mercado dos EUA é uma das principais fontes de exportação para a região. Economistas alertam que, se essas tarifas forem implementadas, a economia da zona do euro pode sofrer um impacto substancial, o que pode agravar ainda mais a recessão no setor nos próximos dois a três anos.
O impacto na economia geral e as perspectivas para 2024
Com a queda na atividade industrial e a redução no número de pedidos, as expectativas para uma recuperação econômica na zona do euro em 2024 são cada vez mais incertas. A desaceleração afeta não só os países mais afetados, como a Alemanha e a França, mas também outras economias do bloco, como a Itália, que tem enfrentado dificuldades similares.
A combinação de fatores, incluindo a diminuição da demanda interna, os desafios no mercado externo e a ameaça de tarifas dos EUA, tem deixado os economistas apreensivos quanto às perspectivas para a recuperação do setor industrial. As empresas continuam a cortar custos e postos de trabalho, enquanto a produção segue em declínio, sem sinais claros de uma recuperação no curto prazo.