General da reserva e ex-secretário de Bolsonaro é preso por plano de assassinato de Lula e Moraes
Mario Fernandes, ex-secretário do governo Bolsonaro, foi preso pela Polícia Federal acusado de liderar uma conspiração para realizar um golpe de Estado e assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.

Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, foi preso nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal sob suspeita de liderar uma conspiração para realizar um golpe de Estado, que incluía o assassinato de líderes políticos e judiciais do Brasil.
Plano de golpe e prisões realizadas pela PF
A operação da Polícia Federal prendeu Mario Fernandes, policial federal Wladimir Matos Soares e quatro militares das forças especiais do Exército, conhecidos como “kidz pretos”. A ação ocorreu nos estados do Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e no Distrito Federal, como parte de uma investigação sobre o planejamento de um golpe de Estado.
De acordo com a PF, o grupo elaborou um plano detalhado, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa assassinatos políticos e a criação de um gabinete de crise para gerenciar os conflitos decorrentes das ações.
Alvos do plano e técnicas militares envolvidas
O plano incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes, que vinha sendo monitorado pelos conspiradores, é responsável por investigações envolvendo Jair Bolsonaro, como o inquérito das Fake News e os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
As investigações apontaram que os envolvidos utilizaram avançado conhecimento técnico-militar para coordenar as ações, com recursos humanos e bélicos cuidadosamente planejados.
Mandados e medidas cautelares aplicadas
Como parte da operação, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e impôs 15 medidas cautelares. Entre as restrições, os investigados estão proibidos de manter contato entre si, não podem se ausentar do país e devem entregar seus passaportes no prazo de 24 horas.
As funções públicas exercidas pelos investigados também foram suspensas, garantindo que não utilizem seus cargos para interferir nas investigações.
O perfil de Mario Fernandes e sua ligação com o governo Bolsonaro
Mario Fernandes é general da reserva do Exército e ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro. Ele foi o braço direito de Luiz Eduardo Ramos, então ministro da pasta. Fernandes atualmente trabalha como assessor do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.
Sua experiência militar foi essencial para a estruturação do plano, segundo os investigadores. Além disso, os outros militares envolvidos pertencem às forças especiais do Exército, reforçando a complexidade do esquema.
A resposta da Polícia Federal e as próximas etapas da investigação
Em nota oficial, a Polícia Federal destacou que o grupo utilizou um “elevado nível de conhecimento técnico-militar” para planejar os ataques, o que inclui monitoramento contínuo dos alvos e estratégias operacionais avançadas.
A PF investiga se há outros envolvidos na conspiração e continua analisando os materiais apreendidos. A defesa dos acusados não foi localizada até o momento para comentar as acusações.