MRV&Co reduz prejuízo no 3T24 para R$ 12,7 milhões e apresenta forte recuperação no segmento de incorporação
A MRV&Co (MRVE3) apresentou uma significativa redução no prejuízo no 3º trimestre de 2024, caindo de R$ 136,5 milhões para R$ 12,7 milhões.

A MRV&Co (MRVE3) encerrou o terceiro trimestre de 2024 com uma significativa redução em seu prejuízo, alcançando R$ 12,7 milhões, em comparação com a perda de R$ 136,5 milhões registrada no mesmo período de 2023. A empresa, que atua no setor de construção e incorporação, destacou a reversão de prejuízos, especialmente no segmento de incorporação, e apresentou resultados positivos no desempenho operacional, especialmente nas vendas de imóveis.
Resultado financeiro
O prejuízo consolidado da MRV&Co foi influenciado por efeitos negativos das operações financeiras realizadas pela companhia. Entretanto, desconsiderando os impactos extraordinários, o lucro líquido ajustado da empresa foi de R$ 17,3 milhões, uma reversão significativa em relação ao prejuízo de R$ 20,9 milhões registrado no mesmo período de 2023.
Os ajustes feitos excluíram os efeitos de equity swaps (trocas de ações), marcação a mercado das dívidas, perdas com swaps de fluxo de caixa e a venda de um terreno no terceiro trimestre. O impacto de tais operações financeiras foi considerável, mas não impediu a recuperação operacional da companhia.
Segmento de incorporação
O segmento de incorporação, que engloba as marcas MRV e Sensia, apresentou lucros líquidos de R$ 46,1 milhões no terceiro trimestre de 2024, superando o prejuízo de R$ 87,6 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Após ajustes, o lucro líquido ajustado alcançou R$ 76,2 milhões, uma recuperação impressionante em relação ao mesmo período de 2023.
Além do lucro, o segmento de incorporação também se destacou nas vendas, que atingiram R$ 2,75 bilhões, um novo recorde para a divisão. A receita líquida do segmento foi de R$ 2,3 bilhões, impulsionada pelas vendas robustas de unidades residenciais. Esses números indicam um sólido desempenho da MRV, especialmente no mercado de imóveis voltados para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que representa 85% de suas vendas.
Geração de caixa
Outro ponto positivo destacado pela empresa foi a geração de caixa ajustada de R$ 124 milhões no terceiro trimestre de 2024. Esse resultado é uma grande melhoria em relação ao consumo de R$ 46,2 milhões no mesmo período do ano passado. Com base no desempenho recente, a MRV&Co projeta gerar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões em caixa ao longo de 2024.
Ricardo Paixão, diretor financeiro da empresa, afirmou que a MRV está focada em gerar fluxo de caixa positivo para alcançar a faixa inferior da meta de geração de caixa para este ano. A expectativa é superar o valor mínimo de R$ 143,5 milhões no quarto trimestre, permitindo que a empresa continue com sua estratégia de desalavancagem.
Desalavancagem e foco estratégico
A desalavancagem financeira tem sido uma das principais metas da MRV&Co. A geração de caixa será direcionada para reduzir o endividamento da companhia, o que permitirá à empresa melhorar sua estrutura financeira e otimizar os custos operacionais. Paixão destacou que o principal objetivo da empresa neste momento é reduzir a alavancagem, utilizando os recursos gerados para esse fim.
Impactos do FGTS e perspectivas para imóveis novos
Ricardo Paixão também comentou sobre o novo orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os próximos anos. De acordo com o executivo, uma maior parte dos recursos do FGTS será destinada ao financiamento de imóveis novos, em virtude dos novos critérios que restringem o uso do fundo para imóveis usados. A MRV, com sua forte presença no segmento de imóveis novos, está bem posicionada para se beneficiar dessa mudança, uma vez que 85% de suas vendas são realizadas dentro do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Desempenho das unidades Luggo, Urba e Resia
Além de sua principal operação de incorporação, a MRV&Co também controla outras unidades de negócios, como Luggo, Urba e Resia. Cada uma dessas divisões teve desempenhos distintos no terceiro trimestre:
- Luggo: A unidade de locação de imóveis teve um desempenho positivo, gerando um lucro de R$ 991 milhões no período.
- Urba: A unidade de loteamentos urbanos, no entanto, registrou um prejuízo de R$ 7,5 milhões.
- Resia: A subsidiária norte-americana Resia teve um prejuízo mais expressivo de R$ 52,3 milhões, refletindo desafios no mercado internacional.