Exportações brasileiras: queda para a China e crescimento para EUA e Argentina em setembro
As exportações brasileiras enfrentaram um cenário desafiador em setembro, com uma queda acentuada nas vendas para a China, enquanto os embarques para os Estados Unidos e a Argentina mostraram crescimento significativo. Esses dados refletem as mudanças no comércio exterior e suas implicações para a balança comercial do Brasil. Em setembro de 2024, as exportações do […]

As exportações brasileiras enfrentaram um cenário desafiador em setembro, com uma queda acentuada nas vendas para a China, enquanto os embarques para os Estados Unidos e a Argentina mostraram crescimento significativo. Esses dados refletem as mudanças no comércio exterior e suas implicações para a balança comercial do Brasil.
Em setembro de 2024, as exportações do Brasil para a China registraram uma queda de 9,7% no volume e uma redução alarmante de 20,7% em valores. Esse desempenho negativo se destaca após um início de ano promissor, onde as vendas para o país asiático tiveram variações superiores a 30% nos dois primeiros meses. A desaceleração das exportações para a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, reflete um período de incertezas e ajustes no mercado.
Os produtos brasileiros que mais sofreram na exportação para a China foram o petróleo, soja em grão, minério de ferro e carne bovina, todos apresentando queda em valor. O único destaque positivo foi a pasta química de madeira, que cresceu 21,5% em valores. Esse cenário acende um alerta sobre a dependência do Brasil em relação ao mercado chinês e a necessidade de diversificação nas exportações.
A balança comercial brasileira em setembro apresentou um superávit de US$ 5,4 bilhões, um valor consideravelmente inferior ao superávit de US$ 9,2 bilhões do mesmo mês no ano anterior. Esse resultado mostra que, apesar de algumas áreas de crescimento, a queda nas exportações para a China teve um impacto significativo no saldo geral da balança.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) destacou que as variações negativas nas exportações para a China estão sendo acompanhadas de perto, uma vez que o país representa uma parcela considerável do total de exportações brasileiras. A análise detalha que a desaceleração nas vendas para a China, especialmente entre agosto e setembro, gera preocupações sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países.
Por outro lado, as exportações para os Estados Unidos mostraram um desempenho positivo, com um aumento de 8,9% no volume e de 5,5% em valores. O principal produto exportado para os EUA foram aeronaves, que registraram uma impressionante variação de 34%. Esse crescimento é um indicativo de que, apesar da queda nas vendas para a China, há outros mercados que estão se mostrando receptivos aos produtos brasileiros.
Além disso, o aumento nas exportações para os Estados Unidos pode ser atribuído ao fortalecimento das relações comerciais entre os dois países e à demanda crescente por produtos manufaturados brasileiros. A diversificação das exportações é essencial para mitigar os riscos associados à dependência de um único mercado.
Outro destaque positivo em setembro foi o aumento das exportações para a Argentina, que avançaram 25,4% em valor. Após meses de recuo, esse crescimento foi impulsionado por um aumento de 34,1% no volume, mesmo com uma queda nos preços de 5,8%. Esse resultado mostra que a Argentina continua a ser um mercado importante para os produtos brasileiros, especialmente em tempos de incerteza econômica.
Esse crescimento nas exportações para a Argentina é crucial, pois o país vizinho representa uma oportunidade de recuperação para o Brasil, que busca expandir suas vendas externas e fortalecer laços comerciais na América do Sul.
O setor de transformação, incluindo as indústrias automotiva e de aeronaves, teve um desempenho notável, com um crescimento de 16,8% no valor das exportações entre setembro de 2023 e setembro de 2024. Esse aumento na participação do setor, que subiu de 49,5% para 57,7%, indica que os produtos manufaturados estão se tornando cada vez mais relevantes nas exportações brasileiras, ajudando a compensar as perdas em outros segmentos.