Apagão sem fim: prefeitura de São Paulo ação judicial contra a Enel
Após intensas chuvas que resultaram em um apagão em São Paulo, a prefeitura processou a Enel, exigindo o restabelecimento de energia em locais afetados.
Apagão sem fim: prefeitura de São Paulo ação judicial contra a Enel
Na manhã desta terça-feira (15), quatro dias após as intensas chuvas que causaram um apagão significativo em São Paulo e na região metropolitana, a prefeitura da capital paulista tomou uma atitude drástica. A administração municipal entrou com uma ação judicial exigindo que a Enel restabeleça a energia elétrica nos locais afetados. O problema, que atingiu cerca de 220 mil imóveis, gerou uma série de questionamentos e críticas à concessionária, levando a prefeitura a estipular uma multa de R$ 200 mil por dia caso a situação não seja normalizada.
Diante dessa crise, a prefeitura protocolou uma petição à Justiça que contém diversas demandas em relação à Enel. As autoridades locais querem saber quanto tempo levou para a concessionária restaurar o fornecimento de energia em cada unidade, além de quantas equipes foram disponibilizadas para o atendimento. A prefeitura também exige informações sobre a composição técnica dessas equipes e quantos atendimentos cada uma realizou.
Além disso, a administração municipal solicita que a Enel compartilhe em tempo real a localização geográfica dos veículos que transportam as equipes de emergência. Essas informações são cruciais para garantir uma resposta eficaz à crise e permitir que os cidadãos tenham uma noção clara sobre quando a energia será restabelecida.
A prefeitura de São Paulo não poupou críticas à Enel, afirmando que a concessionária deveria ter realizado um manejo preventivo em mais de 225 mil árvores na cidade, para evitar que estas interferissem na fiação elétrica. “Persiste, ainda, a inércia da concessionária em apresentar um plano de contingência que considere as peculiaridades de São Paulo, levando em conta o grande número de árvores em contato com a rede elétrica”, afirmou a gestão municipal.
Essa falta de ação preventiva é considerada por muitos como uma falha grave por parte da Enel, especialmente em um cenário onde eventos climáticos severos estão se tornando mais frequentes. O questionamento sobre a efetividade da concessionária em gerenciar crises de energia se torna ainda mais relevante, especialmente quando a cidade já enfrenta problemas recorrentes com apagões.
Para lidar com a situação, a prefeitura já enviou ofícios ao Tribunal de Contas da União e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), solicitando uma fiscalização rigorosa do contrato de concessão e a aplicação de multas à Enel. Além disso, o prefeito Ricardo Nunes solicitou a rescisão do contrato de concessão de energia da cidade, uma medida que reflete a gravidade da situação.
“Em âmbito judicial, a prefeitura já conseguiu uma decisão favorável para que a Enel apresente um plano de contingência e um cronograma preventivo para o período de chuvas”, afirmaram autoridades locais. Essa determinação judicial mostra a seriedade com que a administração municipal está tratando o problema e a urgência em garantir que a população tenha acesso à energia elétrica.
Por sua vez, a Enel informou que, desde a noite de sexta-feira, quando as chuvas e ventos fortes começaram a causar danos na rede elétrica, mais de 1,8 milhão de clientes já tiveram sua energia restabelecida. A empresa declarou que está trabalhando incessantemente e reforçou as equipes em campo, além de receber apoio de técnicos de outras distribuidoras.
No entanto, mesmo com esses esforços, a quantidade de imóveis ainda sem energia mostra que a resposta da empresa não foi suficientemente rápida, o que intensifica as críticas e as preocupações da população. A expectativa é de que a concessionária tome medidas mais eficazes para solucionar o problema e restabelecer o fornecimento de energia elétrica de forma integral.