Em meio a uma atmosfera de cautela no setor de atacarejo, a XP Investimentos se posiciona de forma otimista, não prevendo uma deterioração estrutural significativa para o segmento. Apesar das recentes preocupações dos investidores, o relatório da XP apresenta uma visão detalhada das principais questões que afetam o varejo de alimentos e revela as expectativas para as empresas do setor. 

O setor de atacarejo tem enfrentado desafios significativos, conforme indicado pelas recentes preocupações dos investidores. O relatório da XP Investimentos destaca quatro principais preocupações: a pressão sobre as vendas mesmas lojas, a agressividade das alternativas de pagamento, a alavancagem frente às taxas de juros elevadas, e a expectativa de revisões de lucro para baixo. Apesar desses desafios, a XP acredita que o setor não sofrerá uma deterioração estrutural acentuada, destacando que as empresas que compõem o atacarejo estão se adaptando a um cenário de maior complexidade.

No que diz respeito às vendas, a XP projeta uma leve melhora nas vendas mesmas lojas (SSS) para o segundo semestre de 2024. Essa expectativa baseia-se em comparações mais fáceis e uma ligeira elevação na inflação de alimentos. No entanto, o relatório alerta para uma recuperação mais lenta do volume, dado o impacto contínuo das altas taxas de juros. Esse cenário pode resultar em novas revisões de lucro para empresas como Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3), que já enfrentam desafios em sua operação.

Entre as empresas analisadas, o Grupo Mateus (GMAT3) se destaca positivamente. A XP Investimentos vê o Grupo Mateus como uma escolha preferida, com expectativas de desempenho ligeiramente superiores ao consenso do mercado. A XP elogia o Grupo Mateus por sua sólida dinâmica de resultados e valuation atrativo, que contrastam favoravelmente com os desafios enfrentados por outros players do setor.

A XP mantém uma visão construtiva em relação ao Assaí (ASAI3), destacando seu histórico sólido de execução e a narrativa de desalavancagem. Essa postura positiva reflete a confiança da XP na capacidade do Assaí de navegar pelas dificuldades atuais do mercado. No entanto, a XP adota uma abordagem mais cautelosa em relação ao Carrefour (CRFB3), citando preocupações com a recente estratégia de parcelamento em três vezes e as perspectivas do formato hipermercado, que podem impactar negativamente a performance da empresa.